Prezados 400 leitores, vamos mais uma vez auxiliá-los repassando conhecimentos sobre a Lição 08 de nosso trimestre. Desta vez vamos estudar sobre a superior aliança promovida por Cristo na cruz. Como sempre fazemos vamos apenas complementar o aprendizado, cujo manancial principal se encontra no texto da lição de cada semana. Obviamente, recomendamos aos nobres professores e alunos que pesquisem e ampliem seus conhecimentos sem fugir do assunto.
Antes de adentrar no conteúdo da lição vamos falar das alianças e dispensações. Valho-me da Bíblia de Estudo que introduziu o assunto entre os brasileiros: C. I. Scofield. Cyrus Ingerson Scofield (1843-1921) foi um teólogo americano que popularizou o dispensacionalismo. Sua família descendia dos puritanos, mas ele foi ordenado pela igreja Congregacional, vindo a se tornar presbiteriano anos antes de sua morte. A Bíblia de Estudos de Scofield foi lançada em 1909. Não vamos detalhar as alianças e dispensações, mas apenas trazer um resumo rápido, transcrevendo quando possível as definições de Scofield[1]. Lembrando que existem importantes questionamentos ao sistema proposto.
O que é uma dispensação?
É um período de tempo no qual o homem é testado na sua obediência a alguma revelação específica da vontade de Deus. São revelações progressivas e associadas aos procedimentos de Deus para com o homem, às vezes relacionados com toda a raça humana e, em outras, a um povo particular: Israel. Durante as dispensações Deus especifica os parâmetros a serem obedecidos e aguarda que os homens os cumpram. Em todas as dispensações o homem falha e Deus restaura.
Dispensações
- Inocência (Gênesis 1:28)
- Consciência (Gênesis 3:8)
- Governo Humano (Gênesis 8)
- Promessa (Gênesis 12:1)
- Lei (Êxodo 19)
- Graça (Lucas 22:20)
- Milênio (Apocalipse 20:11)
E as alianças?
A aliança é um compromisso firmado entre Deus e o homem de que algo deverá acontecer: 1) Entre ele mesmo e um indivíduo; 2) Ele mesmo e a humanidade; 3) Ele mesmo e Israel ou 4) Entre ele mesmo e uma família. A segunda diferença básica de uma dispensação é que sua duração pode se sobrepor a de outra aliança.
Alianças
- Edênica (Gênesis 1:28-30; 2:15-17)
- Adâmica (Gênesis 3:14-19)
- Noética (Gênesis 8:20-9.17)
- Abraâmica (Gênesis 12:1-3)
- Mosaica (Êxodo 20-23)
- Palestiniana (Deuteronômio 30:1-10)
- Davídica (2 Samuel 7:4-17)
- A Nova Aliança (Hebreus 8:8)
Se puder reproduza estas duas listas para seus alunos estarem familiarizados.
Indo para a lição…
A lição tem três objetivos:
1) Explicar os aspectos de superioridade da Nova Aliança: sua dimensão, natureza e importância;
Esta Nova Aliança tem por base não o sacrifício feito no tabernáculo ou no templo, mas feito no Céu, onde jamais qualquer outro sacerdote poderia oficiar.
2) Salientar a superioridade da Nova Aliança em seus aspectos posicional, funcional e cultual;
Quando, por exemplo, adoramos a Deus em nosso tabernáculo, fazemos com que nada menos que a divindade ocupe lugar em nossas vidas. Não é meramente um rito!
3) Mostrar que a promessa do Novo Concerto é de natureza interior e espiritual; de natureza individual e universal; bem como de natureza relacional
Apesar de todo cenário do sacrifício do Velho Testamento, o nível de conexão espiritual da Nova Aliança é muito mais profunda (João 14:23). Indo como todos iam ao tabernáculo poderia se passar a impressão de povo da promessa, implicitamente participante, quando na verdade muitos nem lembravam o que estava acontecendo.
Introdução
O comentarista retoma o conceito de sumo sacerdote-rei, título atribuído na lição anterior, para os ofícios variados de Cristo. Nenhum rei de Israel fora nomeado ao mesmo tempo sacerdote, e um dos que tentou oferecer sacrifícios foi rejeitado por Deus (I Samuel 13:8ss). Timothy Keller em seu monumental A Cruz do Rei, coloca a situação mais ou menos nos seguintes termos:
Não se pode negociar com um Rei. Apenas se estende a espada a seus pés e diz: “Estou sob o seu comando.”. Se você tentar barganhar não está reconhecendo-o como um rei. Não esqueça de um detalhe importante: Jesus não é apenas rei, ele é um rei em uma cruz. Se ele fosse apenas um rei sentado em um trono, você se submeteria por obrigação. Mas ele é um rei que foi para a cruz por você. Portanto, você só pode se submeter a ele por amor e confiança.
Percebe como estamos complicados ao rejeitá-lo?
Um santuário superior
Embora toda pompa e circunstância do tabernáculo terrestre fosse evidente, o original celeste, do qual o terreno era cópia, é muito mais elevado e santo. Ele exigia um sacerdote de outro nível espiritual, com uma natureza mais elevada e com um sacrifício perfeito. Afinal o céu não poderia se abrir todos os anos como o Santo dos Santos.
O comentarista enfatiza a dimensão superior deste santuário. Feito não pelas mãos de habilidosos artesãos, ainda que inspirados pelo Espírito Santo (Êxodo 31:2). Ele foi feito pelo próprio Deus para ser sua habitação e no qual havia previsto a morte do Cordeiro antes da fundação dos séculos (Apocalipse 17:8). Ao contrário tabernáculo terreno limitado no tempo e no espaço, no celestial cabem todos os adoradores e jamais tem fim.
O último tópico fala da importância superior do tabernáculo celestial. O autor enumera três razões fundamentais desta superioridade:
1) Comunhão plena com Deus;
2) Garantia da presença divina;
3) Adoração harmônica em termos horizontais (já não há mais hierarquias, níveis de santidade) quanto em termos verticais (adoração a Deus Pai, Filho e Santo Espírito)
Um ministério superior
Retomamos aqui os conceitos de lições anteriores. Cristo é superior ao sacrifício levítico:
- Porque é sacerdote e sacrifício;
- Porque ofereceu um sacrifício perfeito, tão perfeito que não pode ser repetido;
- Porque aboliu a antiga ordem levítica;
- Porque vive eternamente para interceder por todos os que o invocam!
Em termos de culto o sacerdócio de Cristo é superior porque transpõe para o coração do adorador a realidade da adoração. Em João 14:23, versículo citado logo acima, está escrito: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada”. Aleluia! Cristo agora habita no coração do homem e não é apenas uma cerimônia externa e ritual.
O terceiro tópico da lição aborda a questão da aliança. Como dissemos de início, alianças são obrigações de Deus para o homem em graça. Ele não o faz porque merecemos. De sua própria liberalidade ele se compromete a realizar algo sobre um homem, uma nação ou toda humanidade (Gênesis 9:9). O hino exalta isso ao dizer: “Deus de Aliança, Deus de Promessas…”.
Algumas das características na Nova Aliança
- Deus estará conosco e em nós (Mateus 28:20)
- Seremos guiados e auxiliados pelo Espírito Santo (João 14:17; Romanos 8:26)
- Temos um Novo Testamento para ler e meditar (Hebreus 9:15)
- A mediação é pela graça, um favor imerecido a todos os homens (Efésios 2:8)
- Os pecados estão apagados (Colossenses 2:14)
- Temos os dons espirituais, a amostra grátis do que vai ser o Céu (I Coríntios 12:4ss)
Para finalizar remontamos aos Salmos 24. Ali está descrita a entrada de Cristo como rei da glória em sua ascensão aos céus. Ele adentrou portais celestiais e a passagem coaduna com Atos 1:11. Jesus foi recebido no Céu, o santuário de Deus como aquele que venceu!
[1] Scofiel, CI – Bíblia de Estudo, 1986, Imprensa Batista Regular
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