Tropas com a moral em baixa…
Por que tropas ficam com a moral baixa? Que fatores influenciam a moral da tropa? De que maneira esse assunto ecoa na Igreja?
Moral da tropa é uma expressão de origem militar, para indicar o nível de ânimo de uma unidade em combate. Pode, perfeitamente, ser apropriada para indicar o ânimo de uma igreja em prol de determinado objetivo. Nos modernos cursos de auto-ajuda, os palestrantes utilizam as mais diversas técnicas para enfatizar a necessidade que equipes têm de se manter motivadas. O homem é o único ser do mundo que pode mudar para outra casa, outra escola, outra igreja, por pura insatisfação. Um gato enxotado volta sempre à mesma casa. Jamais veremos um cachorro com as malas nas costas indo embora, insatisfeito com a casa aonde vive. Mesmo famélico, vai ao açougue mendigar os restos e volta abanando o rabo para seu pobre dono.
Na Bíblia, há diversos momentos que tais sentimentos permeiam as narrativas. A tropa estava desestimulada, por exemplo, quando Davi chegou a Ziclague (I Samuel 30). Os soldados de Davi haviam caminhando três dias e estavam exaustos. Mas o pior os aguardava. Os amalequitas haviam invadido a cidade e levado os habitantes cativos. Também queimaram a cidade à fogo. Os soldados choraram tanto que não lhes sobrou mais forças. Recriminaram tanto o líder que intentavam matá-lo apedrejado. Neste contexto Davi reanimou-se, elevou o moral da tropa e conseguiu vencer os invasores e recuperar o que havia sido saqueado.
Neste texto queremos nos ater em algumas daquelas influências que fazem a moral da tropa evangélica minar. Atenção para a paráfrase com as tropas militares. Quem lê, entenda:
– Ordens confusas. O capitão dá uma ordem em oposição à do coronel, seu superior. A tropa não sabe a quem seguir. Feita a opção começam os questionamentos e a confusão. O tempo gasto na apuração de onde começou a contradição é precioso. Resultado: a perda de uma guerra por vezes;
– Falta de referencial. Os oficiais das Forças Armadas são conhecidos por serem homens experimentados naquilo que impõem aos seus subordinados. Por vezes, o treinamento para aprovação numa patente superior é esmagador em relação à anterior. Cada homem prova seu valor para ascender. Quando a ascensão se dá por apadrinhamento, por nepotismo e outras pragas os preteridos tendem a relaxar e ficar desmotivados;
– Falta de comando. É aquele quadro no qual todos mandam e ninguém obedece. Falta punição aos faltosos. Critério nas ordens. Elas mudam a todo momento. Organograma indefinido. Um caos administrativo total. Empoderando as pessoas erradas, premiando a incompetência, gastando perdulariamente, priorizando as coisas e pessoas erradas, dando espaço para o fuxico e a rádio patrão, na qual notícias infundadas correm soltas, certamente perde-se o ânimo da tropa. Por vezes, a falta de comando ocorre pela ausência do líder aonde e quando é necessário;
– Falta de iniciativa. O que fazer diante de uma ameaça? O comandante da unidade não pode divagar. Ele tem que tentar a melhor alternativa. Ou tentar qualquer uma na falta de uma melhor. O que não pode haver é inação. Do contrário, a moral escorre pelo ralo. Foi assim que aconteceu com Babilônia, uma fortificada cidade cujo rei tendo às portas os medo-persas promoveu uma festa e morreu embriagado. Dizem alguns historiadores que os soldados estavam tão bêbados que não puderam reagir. Iniciativa também equivale a tempo. Um minuto perdido numa batalha, pode significar a perda de uma guerra;
– Covardia. Há inúmeros relatos de comandantes que fugiram na batalha. Os soldados foram mortos por pura covardia. O covarde nem sempre é o que corre, mas também o que não age. No calor da batalha os fracos voltam. É o que aconteceu a Gideão. Vinte e duas mil pessoas voltaram para casa. Um comandante corajoso inspira coragem a seus subordinados fazendo-os cometer atos de bravura impensáveis. Assisti filmes históricos sobre a Segunda Guerra Mundial, que é uma fase bem documentada, nos quais batalhões inteiros fizeram coisas incríveis somente por inspiração de seu comandante;
– Prepotência. Às vezes, os soldados seguem as ordens, mas apenas para preservar sua pele. É uma situação surreal. O comandante pensa que é seguido, respeitado, na verdade o que acontece é puro medo. O ânimo se esvai quando a loucura toma o lugar da prepotência e o comandante começa a dar ordens tresloucadas. A tropa não obedece e ele começa a torturar os subordinados. Outro aspecto da prepotência é a falta de análise. Tão cheio de si, o comandante se lança à batalha sem analisar as consequências. Perda na certa, não raro da própria tropa. Por outro lado, a prepotência se manifesta na falta de humildade para reconhecer erros e aprender com eles. Quando ocorrem, fica procurando a quem culpar. Com medo a soldadesca não alerta o comandante dos problemas. Ruína certa;
– Mitomania. Muitos comandantes dormem sonhando com o reconhecimento. Eles não aguardam que tal venha em decorrência de sua qualidade de comando e do tempo que é o senhor da história. Querem aparecer a qualquer custo, rapidamente. Propaganda é o seu forte. Aliás, seu único forte. O resultado é que a tropa nas coxias faz as maiores zombarias;
– Indiferença. Há líderes aos quais não interessa o assunto. Não estão nem aí para a motivação da tropa, apenas estão preocupados em manter o status quo, enquanto flanam aqui e ali.
Que Deus nos ajude a sermos líderes conforme o seu coração.
Caro amigo e pastor Daladier Lima,
Só a sua assinatura basta, mas coloco a minha só para dizer que apoio integralmente.
É isso aí…
Publiquei uma chamada no Point Rhema redirecionando para cá.
Parabéns!
Seu conservo em Cristo,
Pr. Carlos Roberto