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Subsídio para a 5ª aula – 01/02/2015 – Não tomarás o nome do Senhor em vão


O poder das palavras no mundo antigo

As palavras e nomes, especialmente, tinham uma atenção especial no Velho Testamento e no mundo oriental. Alguns exemplos são fundamentais para entendermos o assunto:

a) Quando uma pessoa adoece gravemente os rabinos lhe mudam o nome, para que ela possa melhorar. E ponhem um nome com carga positiva. Claro é uma mandinga ligada à Cabala, mas alguns dos religiosos judeus acreditam;

b) Quando alguém era capturado seu nome era mudado, preferencialmente, para nomes que honrassem os deuses do captor. Foi assim com José, mudado para Zafenate-Panéia, Daniel, Hananias, Misael e Azarias, mudados para Beltessazar, Sadraque, Mesaque a Abede-Nego, respectivamente.

c) William Barclay nos ensina que as palavras para um oriental era altamente importante. Por isso o hebreu comum falava pouco. O vocabulário hebraico tem menos de dez mil palavras; o grego tem duzentas mil. Ele conta a seguinte história:

O professor Paterson recorda um incidente que Sir Adam Smith relata. Em uma ocasião em que Sir George Adam Smith viajava pelo deserto asiático, um grupo de maometanos lhe deram as costumeiras boas-vindas: Salam Aleiku “A paz seja contigo”. No momento não perceberam que era um cristão. Mas, quando descobriram que haviam proferido uma bênção a um infiel, apressaram-se a voltar pedindo que a devolvesse. A palavra era como uma coisa que se podia enviar para fazer coisas e a ela se podia trazer de volta.

Assim o nome era importante em qualquer contexto. Como, aliás, eram as palavras todas. Um juramento judeu não precisava de documentos. Era apenas proferido diante dos anciãos, à porta da cidade, e ninguém o quebrava. Jonas não disse nada ao capitão senão: Eu sou hebreu e temo ao Deus que fez o mar e a terra seca. Pronto, era a senha para uma série de ideias sobre o povo do profeta.

O nome de Deus

Neste contexto temos o nome de Deus. Devemos distinguir o nome dos títulos. Seu nome é Yavé, mais conhecido como Jeová. Era escrito Yhwh. A vocalização mais adequada se perdeu diante da proibição.

Por que, então, se tornou Jeová? Há duas razões. Primeiro, as vogais de Adonay foram adicionadas para evitar a pronúncia em vão. Ainda hoje, quando um leitor judeu encontra Yavé com as vogais de Adonay, pronuncia este último ou HaShem (que significa o Nome).

Em segundo lugar, quando houve a tradução para o latim, que se tornou língua franca na ascensão do Império Romano, palavras hebraicas iniciadas por Y, foram vertidas para I. Na Reforma o I foi para o alemão J, daí Jesus. Interessante notar que os judeus mantém a transliteração em seus manuscritos do nome Yavé. O que contradiz certo movimento herético.

O significado de Yavé é “Eu Sou” ou “Sempre estarei sendo”, ou como utilizam os judeus “o Eterno”. O vocábulo é uma abreviação da frase “Eu sou o que sou” dita por Deus a Moisés, quando este lhe perguntou que nome diria aos israelitas influenciados por tantos deuses no Egito (Êxodo 3:13,14).

Tomar seu nome em vão

Vivemos dias complicados. As pessoas clamam o sangue por brincadeira. Falam de Deus como se fosse uma pessoa qualquer. Precisamos resgatar o respeito pelas coisas divinas, sob pena de banalizar o nome do Senhor e atrairmos castigo para nós. Estamos na graça, mas Jesus referendou a importância deste mandamento como ensina a presente lição. O uso mágico do nome de Deus ou de Jesus como amuletos e palavras de ordem não funciona, como não funcionou no caso dos filhos de Ceva (Atos 19.14-16).

Leiamos este interessante parágrafo do Pr. Luiz Sayão sobre a importância e a utilização do nome de Deus:

Talvez a maior confusão na prática esteja no mal uso da frase “o que vocês pedirem em meu nome, eu farei” (João 14:14 – NVI). A palavra de Jesus não significa que basta mencionarmos o seu nome, e tudo acontecerá automaticamente. Pedri alguma coisa “em nome de Jesus” significa pedir alguma coisa segundo a vontade de Deus (1 João 5:14). Pedir em nome de Jesus é pedir o que Jesus pediria. Pedir em seu nome é como “agir por procuração”: não é a minha vontade que será feita por meio de Jesus, mas sim a vontade dele que se realizará por meio da minha oração.

Alguns dos “nomes” de Deus

Alguns dos nomes (boa parte deles denotam a ação de Deus num determinado contexto, são, portanto, títulos):

Nome                                                 Significado
Javé                                                    O Auto-Existente – o nome próprio de Deus
Elohim                                                Forte
El-olam                                               Deus eterno
El-Shadai                                           Todo-Poderoso
El-Elyon                                              Deus Altíssimo
Adonai                                                Senhor, Soberano
Jeová-Jireh                                         O SENHOR Proverá
Jeová-Nissi                                         O SENHOR é minha bandeira
Jeová-Shalom                                    O SENHOR é Paz
Jeová-Tsidkenu                                  O SENHOR é nossa justiça
Jeová-Shamá                                     O SENHOR está ali (presença)
Jeová-Tsavaot                                    SENHOR dos Exércitos, Salvador e Protetor
Santo de Israel                                   Santidade
Rocha                                                 Confiável
Abir                                                     Poderoso
Gibor                                                  Valente, Poderoso
Tsadiq                                                Justo, Reto
Qoneh                                                 Zeloso
Ancião de Dias                                 Juízo, Eternidade
Altíssimo                                            Transcendente
Abba                                                  Pai
Despotes (grego)                             Senhor
Theos (grego)                                   Deus
Kyrios (grego)                                   Senhor

Fonte: www.prazerdapalavra.com.br
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