Ouço aqui e ali comentários sobre obreiros e pastores que no culto de doutrina (ou que nome tenha o culto de ensino noturno da Palavra de Deus), citam, ainda que lateralmente, conselhos dados a membros em situações que seriam comuns a outros. Certo irmão me procurou para comentar o que seria, segundo ele, falta de ética. Ao enfrentar uma crise conjugal e pedir aconselhamento, tais crises e suas razões foram abordadas, ainda que o nome dele e de sua esposa não foram citados.
Fui para a Bíblia e lá não há impedimento direto à tal postura. Ainda que concorde que se deva evitar tal comportamento, ele se choca com as inúmeras assertivas paulinas, por exemplo. Imagine que as cartas eram lidas a partir do púlpito, para o conhecimento de toda igreja e João escreve algo assim: Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe. Por isso, se eu for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, não recebe os irmãos, e impede os que querem recebê-los, e os lança fora da igreja (3 João 1:9-10)? Seria um Deus nos acuda!
Imagina o obreiro ler uma carta do pastor à igreja, cujo desfecho é: Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé. E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar (1 Timóteo 1:19-20)? Assim, citando nomes!? A casa caía! O pastor seria processado, etc e tal! E se ele dissesse que era um absurdo que um irmão tivesse por mulher a esposa de seu próprio pai (I Coríntios 5:1), lembrando que quando a carta fosse lida em Corinto não haveria muitas pessoas nesta situação?
Mesmo compreendendo a boa intenção e até mesmo prestando atenção aos ventos de nosso tempo, observo que se o ensinamento serve aos demais não podemos perder as oportunidades. Tudo com ética e respeito.