Se isso não for amor…
Reflita sobre os meandros insondáveis do amor de Deus. Que grande amor!?
Não demora muito para as pessoas perceberem quanto gosto do meu cachorrinho. Se pudesse, eu o levaria comigo a todos os lugares. Ele ajudou-me a compreender quão difícil é para as famílias perderem seus amados animais de estimação e porque, às vezes, as pessoas fazem grandes sacrifícios financeiros para cuidarem deles.
Ele também ajudou-me a compreender uma história que certa vez ouvi: um homem, sem hesitação, pagou uma soma enorme em dinheiro para comprar de volta seu cachorro de alguém que o havia roubado. A ação desse homem é uma linda ilustração do amor redentor.
É fácil ver por que uma pessoa voluntariamente pagaria um grande preço para redimir alguém ou algo pelo qual tivesse um grande amor. Embora hoje os incrédulos sejam ligeiros para denunciar o cristianismo como inacessível, ou injusto ou de perspectiva estreita, ele é, de fato, a história do maior transbordamento de amor redentor que já se manifestou na Terra, e o resultado do mais alto preço de redenção já pago em toda a história da humanidade. Como afirmou o apóstolo Pedro:
“Sabendo que não foi mediante cousas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (1Pe 1.18-19).
Embora o pecado de Adão e Eva tenha jogado o mundo, que Deus havia criado, nas mãos do inimigo, a quem Jesus chamou três vezes de “o príncipe deste mundo” (Jo 12.31; Jo 14.30; Jo 16.11), o sacrifício do próprio Jesus pagou o preço para redimir o ser humano. Falando a crentes, o apóstolo Paulo escreveu: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13). Se colocarmos nossa fé em Jesus, Ele nos transfere do reino de Satanás para o Seu próprio reino.
Mas o preço da redenção não foi barato. O Deus eterno tomou sobre Si a carne e as limitações humanas. Ele, voluntariamente, deixou o esplendor que era Seu nos céus e entrou no tempo e no espaço em uma humilde manjedoura em Belém.
Jesus, Deus-Homem, foi o único que escolheu quando iria nascer, quem seriam Seus pais, a raça na qual nasceria, e o país de seu nascimento. Por meio da encarnação, Jesus se tornou um parente seu e meu.
Nas páginas das Escrituras hebraicas, Deus revelou o conceito do parente redentor, ou ogo’el em hebraico. Para ser um go’el a pessoa teria que ser um parente próximo de quem estivesse precisando de redenção. Ele teria que estar disposto e habilitado a pagar o preço, que poderia ser bem caro.
No livro de Rute, Boaz, voluntariamente, se tornou um go’el e casou-se com Rute. Ele pagou com um campo para redimir Rute, teve um filho com ela, e o criou. É um relato de amor sem precedentes: Rute, a moabita, abraçou o Deus de Israel e se submeteu à Palavra de Deus.
Jesus é o nosso Parente Redentor. Ele veio para comprar de volta um mundo que estava perdido por causa do pecado no Jardim do Éden (Gn 3.1-7). Como seres humanos, nunca conseguiremos entender plenamente o que custou para Deus tomar a forma de homem e Se humilhar para Se tornar um de nós, a fim de ser nosso Parente Redentor.
Jesus, o Messias, tinha todos os atributos de Deus: onipresença (Mt 18.20; Mt 28.20), onipotência (Mt 28.18), onisciência (Jo 16.30; Jo 18.4; Jo 21.17), e mais:
“Antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz” (Fp 2.7-8).
O termo “servo” é a palavra grega doulous. A idéia é a de se tornar como um escravo devotado a alguém, não levando em conta seus próprios interesses. O Criador eterno, autoexistente, do Universo, voluntariamente, tornou-Se homem, e não apenas um homem, mas um servo, um escravo. Ele tomou a decisão de nascer como ser humano, de enfrentar rejeição e humilhação, e de ser crucificado – tudo isso para pagar o preço da nossa remissão e da nossa libertação das mãos do inimigo.
É disso que trata a encarnação. E, se isso não for amor, não sei o que é. (Thomas C. Simcox — Israel My Glory — Chamada.com.br)
Seja o primeiro a comentar!