Refutando o cessacionismo de Augustus Nicodemus
Reza a dialética que não é boa atitude nomear debatedores. Tende-se a personalizar o debate. Mas, não há como fazer esta refutação sem informar o autor, até para que eventuais interessados queiram conferir o que diz a fonte. Analisarei adiante um vídeo do Pr. Augustus Nicodemus, conhecido expositor presbiteriano, sobre o batismo no Espírito Santo. De partida gostaria de abstrair o debate do fato dele ser calvinista e presbiteriano. As duas coisas não serão debatidas aqui.
Vocês podem assistir ao vídeo e depois analisar os pontos chave que abordo. Oportunamente, os comentários podem ser feitos e serão respondidos a contento.
Pontos críticos:
1) O batismo com o Espírito Santo é recebido quando aceitamos a Cristo como Salvador?
Em primeiro lugar precisamos voltar às aulas de História Bíblica, para compreender o que é batismo. Ao contrário do que se pensa não é um ritual criado por Cristo, nem por João Batista. Os judeus usam deste tempos remotos um ritual para os convertidos ao judaísmo, onde o candidato é imerso num mikvê, uma pia batismal. Um conjunto de frases era recitado antes e logo após o batismo. A tradição nos conta que se podia até vender a Torá da sinagoga, para adquirir uma mikvê, tal sua importância nos rituais judaicos. Logo abaixo nós vemos um mikvê de tempos mais remotos e um moderno.
Então, o batismo existe desde tempos imemoriais. Duas características peculiares é que o candidato desce e se confia aos cuidados de alguma liderança espiritual. Outra é que é um símbolo da morte para algo anterior e o renascimento para algo posterior. O batismo não aparece no Velho Testamento. No Novo começa no ministério de João. O verbo baptizô ocorre aí 76 vezes e baptisma (de onde vem a palavra batismo) ocorre 20 vezes. Há também o escasso baptismos, que ocorre apenas 3 vezes.
O ministério joanino era marcado por um grande arrependimento entre os judeus e muitos vinham a João para serem batizados (Mateus 3:11). Marcos afirma: Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados (Marcos 1:4). Inclusive, o próprio Jesus participou de uma cerimônia dessas, sendo batizado por João, embora não tivesse pecado do que se arrepender. Era um sinal do declínio do ministério de João e o início do ministério do próprio Mestre.
Embora as pessoas que vinham a João não estivessem aceitando a Jesus (este só se revelaria depois), não muito tempo depois, foram batizados tanto pelos discípulos sob seu comando, quanto por ele mesmo (João 3:22). Então, a pergunta se impõe: Estes últimos já eram batizados em águas? Certamente, sim! E há algumas outras coisas importantes a se levar em conta.
Primeiro, o próprio João disse: “E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo.” (Mateus 3:11), indicando claramente um outro batismo, não aquele do arrependimento. Isto é corroborado em Atos 19:3-5, quando Paulo afirma: “Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.”. Tanto João como os discípulos de Jesus batizavam em seu nome!
Segundo, Jesus autorizou a seus discípulos este batismo primordial. Em Mateus 28:19, está escrito: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Por onde iam e pregavam os discípulos batizavam pessoas, é o caso da clássica história do eunuco de Candace, batizado por Felipe (Atos 8:38), o carcereiro em Atos 16:33.
Terceiro, em Atos 18:24,25ss conta-se um pouco da trajetória de Apolo, grande orador e pregador em Éfeso, que não conhecia o batismo com o Espírito Santo. Ele pregava a Cristo, mas não sobre tal batismo. Pergunto: Pregava a Cristo? Sim! Seus ouvintes criam? Certamente! Paulo encontrou diversos conversos. Eram salvos? Se pregava a Cristo não ha dúvida disso! Mas o mais interessante vem a seguir, quando Paulo pregando para pessoas convertidas através da pregação de Apolo e já salvas foram batizadas no Espírito Santo. Leiamos o texto:
Disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo. Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de João. Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam. E estes eram, ao todo, uns doze homens (Atos 19:2-7)
Em quarto lugar, penso que nenhuma corrente teológica tem dúvidas sobre a salvação dos discípulos de Jesus, exceto Judas. Então, por que tendo outrora servido a Cristo e sendo-lhe a eles revelado como o Salvador, como o fora a tantos outros como Ana e Simeão, foram batizados no Cenáculo?
Estes fatos tornam a primeira afirmação do Pr. Nicodemus insustentável. Note que ele fez uma ginástica enorme para harmonizar João 14:23 com o batismo no Espírito Santo. Notemos que jamais aqueles 120 ficariam unânimes em oração se já não estivessem convertidos a Cristo. O Espírito Santo habitava neles e os revestiu de poder no Cenáculo!
2) A igreja não precisa do derramamento do Espírito Santo no batismo?
A certa altura o pastor afirma que os sinais e manifestações sobrenaturais de Atos serviriam apenas para a transição entre o Judaísmo e o Cristianismo, para que a Igreja se firmasse e chamasse certa atenção entre determinados grupos religiosos da época. Isto é verdade. Mas há uma questão adjacente: Ainda hoje a Igreja precisa fazer a diferença?
Tomemos os dons, que por conseguinte seriam desnecessários e temporais, qual igreja entre tantos membros enfermos não precisa do de cura? Qual delas em meio a tantas e dissimuladas heresias, não precisa do dom de discernimento? De maneira, que além de ornar o corpo de Cristo todos são absolutamente necessários.
3) Por que o batismo é acompanhado de línguas?
Apesar de ser um ponto em que há discordância entre os próprios pentecostais é necessário compreender que as línguas são o sinal de algo diferente aconteceu. A Igreja no Cenáculo poderia ser usada poderosamente de outra maneira, mas foi assim que Deus quis. Em Atos 19 também foi assim. Idem na casa de Cornélio, Atos 10:40ss. Então, quem somos nós a dizer como se manifestará algo vindo da parte de Deus? Lembrando que os judeus já cometeram este equívoco. Como Pedro saberia que os gentios foram batizados no Espírito Santo, senão os ouvindo falar em outras línguas tal como no Cenáculo?
4) O dom de línguas é a mesma coisa de línguas estranhas?
O expositor faz uma certa confusão com o texto. Há as línguas como sinal do batismo, a variedade de línguas e a interpretação delas (I Coríntios 12:10). A colocação de Paulo em I Coríntios 12:30 é lapidar: Falam todos diversas línguas? E não: Falam todos em línguas? Uma coisa e não crer no que diz ou como está escrito, outra distorcer para provar um ponto de vista.
Pra finalizar desejo ressaltar que o fato de excessos ocorrerem entre os pentecostais não deslegitima o batismo. Seria a mesma coisa de pararmos o estudo teológico por conta das interpretações errôneas. Temos que separar uma coisa da outra.
Cheguem às suas conclusões!
Dileto pastor Daladier,
A paz do Senhor Jesus Cristo!
Concordo com o seu ponto de vista. Não precisamos ir muito longe para percebermos que o pastor Augustus Nicodemus “força” as Escrituras dizerem o que não dizem. Como ele explicaria a insuflação de Jesus nos seus discípulos em João 20:22: “E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”. Já em Atos 1:8, Cristo afirma: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo”. Como um cessacionista pode conciliar João 20:22 com Atos 1.8?
Também é digno de nota o que o apóstolo Pedro falou quando pregara para milhares de pessoas em Jerusalém. Disse Pedro sobre o recebimento do dom (batismo de poder) do Espírito: “Pois para vós outros é a promessa , para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar” (Atos 2:39).
Portanto, os argumentos de Nicodemus com relação ao batismo com/ no Espírito não se sustentam. Dizer que essa experiência limita-se aos tempos do início da Igreja é, no mínimo, forçamento de barra. A historicidade das manifestações do Espírito no meio da Igreja é inegável.
Em Cristo,
http://joaopaulomsouza.blogspot.com.br/
Nobre pastor, saudações em Cristo Jesus. Gostei do comentário e passo para lhe parabenizar.
Em Cristo Jesus
Pr Daniel Nunes da Silva
Prezado Pr. Daniel Nunes,
Muito obrigado por seu comentário.
Abração!
Daladier Lima
Excelente comentário!!! Pastor Daladier!!!! Muito esclarecedor!!!!
Prezado Pr. Daladier, tenho aprendido muito com seus comentários.
Muito protutivo!
Em primeiro lugar, alguém refutar o Reverendo Nicodemus Lopes tem de estar muito embasado nas Escrituras, muito bem preparado. Não achei o autor do artigo à altura do Reverendo. O texto é fraco!
Em segundo lugar, o a artigo foi muito infeliz! Primeiro remontou às origens do batismo. Pra quê? Augustus Nicodemus não está questionando a validade do batismo ou a origem do batismo. Ele está afirmando que todos os cristãos são batizados com o Espírito Santo. E ele está certíssimo! É o que está escrito em 1Coríntios 12:13. TODOS os cristãos são batizados no Espírito Santo. A menos que Paulo esteja falando de um OUTRO batismo, o que seria uma bobagem de se pensar, pois então teríamos a seguinte situação:
a) os crentes são selados pelo Espírito (Ef. 1:13); os crentes foram batizados no Espírito)1Co 12:13) e os crentes são batizados com o Espírito! Ou seja: teríamos TRÊS batismos do Espírito?
Por último, o autor usa um RELATO de Atos, que pessoas já crentes recebem o Espírito Santo. Isso é uma falha exegética muito simplória. Pega-se um relato e cria-se uma doutrina em cima dele. AQUELES crentes receberam o Espírito bem depois, AQUELES crentes, por um motivo muito peculiar. A Bíblia não está ensinando que TODOS os crentes só recebem o Espírito depois, muito tempo depois de crerem, como aconteceu com aqueles crentes.
O artigo, portanto, é frágil.
Prezado,
Julgue você pela Bíblia! Não pela envergadura do personagem. A palavra seja o árbitro!
Abração!
Prezado Hudson, a grande questão é que em diversas ocasiões pessoas já salvas foram revestidas de poder. Os próprios discípulos são o exemplo desse argumento. É impossível que já não fossem salvos até o Cenáculo. A lógica desafia o contrário.
Abração!
Precisamos separar as NARRATIVAS da Bíblia dos ENSINOS da Bíblia. A Bíblia NARRA que os discípulos receberam poder, ela N ÃO ensina e nem está afirmando que existe um revestimento de poder para todo crente durante toda a história da igreja. Os discípulos foram um caso à parte, o que aconteceu com eles não significa que tenha de acontecer com todos os crentes de todas as épocas. O Pentecoste é um evento único na história da igreja, só isso, marcou a descida do Espírito. Hoje o Espírito está aqui na terra, na igreja, entre os crentes. A Bíblia não ensina que crentes são revestidos de poder e que esse revestimento faz todo mundo falar línguas estranhas. Se for assim, NINGUÉM mais, nem mesmo os pentecostais possuem o Espírito, pois ninguem fala em línguas hoje, ninguém tem poder para nada hoje, ninguém faz o que os discípulos fizeram. Vamos esquecer a lógica e nos ater à boa exegese.
Então, estou indo pegar minha Bíblia agora para rasgar alguns versículos. I Coríntios 12:31, aliás, vou rasgar todo capítulo 12. Aproveitarei e rasgarei o 13 e o 14. Eita! Ia esquecendo que uma boa exegese precisa de textos. Não vou mais rasgar…
Abração!
Vejo que em exegese o irmão é bastante falho, mas em sarcasmo o irmão é bom. Bem, deixemos então que fique com seu sarcasmo e eu fico com a boa e velha exegese!
Ah, devo imaginar que o sarcástico irmão deva ter alguns bons dons espirituais para nos mostrar. Sim, pois quem acredita que os dons são mesmo para hoje deve ter motivos para isso, deve ter buscado alguns e deve estar exercendo esses dons na igreja, não é mesmo? Então, o irmão tem quantos dons mesmo? Profecia? Não? Curas então? Também não? Ah, sim, o irmão deve ter visões assombrosas, como as de João, certo? Não? Ah, já sei: línguas! O irmão deve falar as línguas dos anjos e dos homens, correto? Aposto que não, né!
Engraçado. Acredita em dons, mas não tem nenhum deles e nem conhece quem tem, né!
Prezado Judson,
Não existe o dom de visão. Não ao menos na lista de Coríntios. Conheço várias pessoas que possuem os dons ali elencados e já vi várias manifestações genuínas em nossos dias. O que tem diminuído sua ocorrência é a letargia espiritual da Igreja em geral. Também eu estou em falta com I Coríntios 12:31.
Daladier Lima
Perdoe-me, mas duvido que você conheça algum profeta, vc deve conhecer profeteiros. A igreja está cheio deles. Não conhece tb quem tem dons de cura, vc dve conhecer curas, mas não pessoas que curam. E é assim por diante. Manifestações dos dons a igreja está cheia, mas pessoas que tem esses dons duvido, quero ver. Quer ver um irmão curando, um irmão profetizando o futuro como os profetas antigos, isso eu queria ver.
Não há.
Prezado Hudson,
A igreja verdadeira manifesta estes dons diariamente. Não ao mesmo tempo no mesmo lugar. De maneira milagrosa o Espírito usa aqueles que creem que os livros de Atos e Coríntios são para hoje. Detalhe: sem misticismo e sem meninice.
Daladier Lima
O Batismo é um dos dois sacramentos, é aceito por todas as igrejas, mas existem diferenças de prática, de uma igreja para outra.
Então trataremos a respeito deste assunto: O que a Bíblia fala a respeito do batismo, procurando responder 3 perguntas:
1 – Por que o batismo é importante? Se é importante.
2 – Quem deve ser batizado?
3 – Qual o método, qual a forma que se pode deduzir das Escrituras? Aspersão, imersão, efusão?
Essas 3 perguntas, nortearão nosso estudo, então será feito uma exposição do assunto e ao final fica aberto para perguntas, peço que anotem as perguntas para não passar nenhuma em branco.
Vamos abrir a nossa Bíblia em Mateus 28:18-20 para responder a primeira pergunta que norteia nosso estudo.
Então temos a resposta, o batismo é importante pelo simples fato que foi ordenado por Jesus, ele estabeleceu. Assim sendo, o batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo é uma marca de posse, de propriedade da trindade. Então, inicialmente a importância do batismo se dá, para cumprir uma ordem de Jesus. Muitas pessoas acham que não é tão importante, mas quando desprezamos o batismo, desprezamos algo que o próprio Senhor Jesus estabeleceu.
Por outro lado ainda podemos ressaltar uma importância ainda maior quando vemos que o batismo é um meio de graça, não é apenas um evento sem significado, ou apenas um mero ritual, ou algo que apenas significa alguma coisa, mas é realmente um meio que se experimenta alguma coisa, o Senhor transmite graça através do batismo. Não no sentido da Igreja Católica, que o batismo tem poder em si mesmo e que opera por si mesmo. Mas no sentido de que obedecendo a ordem de Cristo, através da operação do Espírito Santo transmite graça e cria a fé salvadora.
Segunda pergunta: Quem deve ser batizado?
Aqui o próprio texto já diz, que os discípulos devem ser batizados.
Outro texto que fala de algo parecido está em Marcos 16:15-16, que é um versículo chave para o entendimento sobre esta pergunta.
Vemos que neste versículo deixa claro quem pode ser batizado e ali diz: “quem crêr”. Vemos que Marcos une a ideia de ser batizado ao crer para ser salvo, não no sentido de que o batismo salva, porque não é o batismo que salva, mas a fé. O que salva é crer, por isso o versículo continua: “quem não crer será condenado”. Então o que condena é a ausência de fé e não a ausência do batismo.
Em outras palavras podemos dizer que quem se recusa ser batizado, na verdade está demonstrando que não crê. Se a pessoa de fato crê, então será batizada.
Então existe um consenso entre as igrejas que se dizem evangélicas que todos que creem devem ser batizados, já os que não creem não podem ser batizados.
Evidentemente se uma pessoa não tiver oportunidade de ser batizada ou não puder, por algum motivo, ser batizada, ou ainda não der tempo dela ser batizada, ela não será condenada, se ela crer. O exemplo é o bandido que estava crucificado ao lado de Jesus (Muito embora Jesus não tivesse dado a ordem de batizar todas as nações até aquele momento). Ele foi salvo mesmo sem ter sido batizado. Neste caso vemos que ele não pode, não teve tempo de ser batizado, ele não foi rebelde.
Agora, sob o entendimento de que quem crer deve ser batizado, leva algumas denominações a excluírem as crianças. Contudo é claro que Marcos 16:16 não está falando de crianças, mas de adultos que seriam evangelizados pela pregação da palavra. Até porque se esse texto estivesse falando de crianças, nos levaria a um entendimento estranho e perigoso, pois as crianças que morrem seriam condenadas.
É claro que não, acreditamos que as crianças podem ser salvas pela graça e misericórdia de Deus através da ação do Espírito Santo no batismo, em redimi-las em Cristo.
Então por que acreditamos que as crianças (filhos de crentes) devem ser batizadas?
A base bíblica é a doutrina da aliança (o pacto da aliança). É a aliança que Deus estabeleceu com seu povo e isso vem desde Adão, foi renovando com Noé, Abraão com Moisés, com Davi e consumou em Jesus Cristo, na instituição da Santa Ceia, quando levanta o cálice e diz: “Esse é o sangue da nova aliança”. Tendo em vista que quando Jesus diz essas palavras, em grego “a nova aliança” significa Aliança Renovada.
Jesus veio consumar a aliança que Deus começou desde o inicio do mundo, não é uma aliança totalmente nova, diferente, mas é uma continuação.
E para entender a doutrina da aliança, precisamos voltar ao Gênesis 17:7. E para confirmar a aliança Deus diz a Abraão fazer algo bem especifico Gênesis 17:9-14. Deus deixa claro que deveriam ser circuncidadas as crianças de 8 dias. Deus não estava disposto a esperar que a criança se tornasse adulta para então receber a marca da aliança, ele queria que o povo dele fosse marcado desde o nascimento.
No AT a circuncisão era a marca da aliança, que era aplicada tanto em crianças como vimos como em adultos que por alguma razão passasse a fé de Abraão, um prosélito que seria um estrangeiro se convertia ao judaísmo deveria passar pela circuncisão independente da idade.
Então, em regra geral circuncidava-se crianças que nasciam dentro do pacto, os adultos eram circuncidados no caso de novas admissões ao pacto. E o interessante é que o texto não se refere apenas aos filhos legítimos, mas os adotados ou até escravos comprados.
Compreendendo que no AT Deus sempre quis ser o Deus dos pais e dos filhos, dos pais e da descendência, Deus sempre quis chamar os filhos e que desde o inicio Deus colocou a marca da aliança para crianças. Compreendendo que no NT a circuncisão acabou, Deus não quis mais que ela continuasse e estabeleceu uma nova marca da aliança, que é o batismo (Colossenses 2.11-12), pois ele cumpre a função que a circuncisão cumpria no AT, que é a admissão à igreja, admissão ao corpo, admissão à comunidade.
E se essa marca no AT era aplicada à crianças e no NT não se diz que não deve ser, então entendemos que continua sendo.
O silêncio que as Escrituras fazem em relação à proibição corrobora para o batismo de crianças, pois se no AT as crianças entravam no pacto, e no NT não se tem um texto proibindo, então é porque segue-se o mesmo princípio.
Entendemos que aliança foi renovada em Cristo e ampliada, mas as Escrituras não dizem que as crianças caíram fora.
Agora vamos à Atos 2:37-41. Temos a primeira pregação cristã, feita por Pedro.
Vemos que a estrutura da aliança é a mesma, Pedro repete literalmente as palavras do AT.
O que a Bíblia está dizendo é que a aliança é feita com os pais e com os filhos, que a promessa é para os pais e para os filhos, promessa que se inicia em Abraão.
Pedro usa as mesmas palavras de Abraão, que continua valendo tudo isso, para vocês, para os filhos de vocês e quem o Senhor ainda vier a chamar.
Então, assim como no AT, o NT assume que Deus quer salvar as crianças também e que Ele faz distinção entre os filhos do seu povo e os filhos que não são do seu povo e onde está a prova disso? 1 Coríntios 7:14
Ali a Bíblia estabelece claramente uma separação, uma distinção entre os filhos da aliança, os filhos de pais crentes com relação aos filhos de pais incrédulos.
Vemos que a separação que havia no AT, ainda existe no NT, pois quando um do casal é crente, os filhos são santos, porque fazem parte do pacto. Se o casal é incrédulo, então os filhos são impuros.
No caso de um dos cônjuges ser crente, existe a influência santificadora, que é um processo de santificação, mas os filhos desse casal são santos.
O termo impuros é do AT e indicava quem estava fora da aliança, fora do pacto de Deus, mas no caso do texto, os filhos são santos.
Então, permanece a separação do AT entre crianças santas e as impuras. Não há sentido bíblico em dizer que todas as crianças são puras, só porque são crianças.
Não existem inocentes, todos são pecadores, mas Deus separa para si, os filhos dos crentes, por causa da Sua promessa: “É para você e para a sua descendência”
Ora, se Deus no AT e no NT separa para si os filhos dos crentes, por que negar para eles a marca da aliança, por que esperar que cresçam e que por si mesmo vão tomar a sua decisão, que é o que se ouve na maioria das “igrejas” evangélicas.
Temos que entender que o adulto decide ser batizado, já a criança é incluída, quando é filho de crentes.
E onde podemos encontrar uma passagem que apresente essa afirmação? Atos 16:13-15
Por que acreditamos que aqui havia crianças? Pelas circunstâncias, pela situação.
E o texto não exclui, dizendo que só os adultos foram batizados, mas sim toda a casa.
Então a questão é essa: “Por que recusar a marca da aliança se o AT aplicava aos filhos, se o NT insiste que os filhos são do Senhor, são santos, pertencem a ele, a promessa é para eles também, se há evidências que as crianças eram batizadas, se logo depois que o NT foi escrito, os chamados ‘Pais da Igreja’ relatam que crianças eram batizadas e que haviam recebido essa doutrina dos apóstolos e, principalmente, o NT não exclui e não proíbe as crianças de serem batizadas”
Se eu tenho um rebanho de ovelhas, que é a linguagem com que a bíblia trata, e eu marco as minhas ovelhas, quando nasce uma ovelhinha desse rebanho, não vou esperar ele crescer e decidir para ver se ele quer ser ou não do meu rebanho.
A proibição do batismo infantil é colocar o filho do crente para fora da aliança com Deus, e esperar ele crescer e decidir se ele quer entrar na aliança. Ele não deve decidir se quer entrar, ele tem que decidir se não vai sair.
E uma advertência seria em relação a isso é a história de Moises, que Deus estabeleceu a aliança do Sinai com ele, ele é o renovador do pacto depois de Abraão, ele demorou para circuncidar os filhos, e o que acontece com ele serve de alerta aos que proíbem o batismo das crianças, Êxodo 4.24-25.
Por que Moisés demorou a circuncidar já que a Lei ordenava? Provavelmente por causa da esposa, porque talvez ela não quisesse, pois ela mesma diz no texto que é uma coisa saguinária. O fato é que os filhos não estavam circuncidados e que Deus, com essa atitude mostra que Ele estava disposto a abandonar todo o projeto de tirar o povo do Egito se Moises não estivesse disposto a cumprir com a aliança.
Agora vamos a terceira pergunta: Qual o método do batismo?
Bem, o fato de batizar crianças já é um argumento para o método de aspersão.
Aspersão é ate hoje, desde o inicio da igreja o método mais utilizado para o batismo.
Efusão é como virar um balde de agua na cabeça da pessoas. O sentido é o mesmo que a aspersão, a aguá desce, na efusão ninguém mergulha.
Imersão, que atualmente é a prática mais comum entre os evangélicos, que é o afundar.
Qual é o método prescrito pelo NT? Claramente Nenhum.
Não há texto algum no NT, descrevendo categoricamente a forma de batismo. Portanto é necessário deduzir de passagens que fazem alusão ao batismo.
A ideia que Jesus foi batizado por imersão vem de Mateus 3.13-16.
A frase saiu logo da agua é interpretado como se ele estivesse mergulhado e que se levantou. É possível que tenha sido assim? Sim. É provável? Não.
O texto esta dizendo? Não.
Vemos que Ele saiu da agua após ser batizado, são dois atos diferentes.
Da mesma forma que Jesus possa ter sido batizado por aspersão ou até efusão, mas apenas essa passagem não prova.
(nos convém cumprir toda a justiça)
Outro texto usado pelos imersionistas é Atos 8.36
Que é o batismo do eunuco, quando Felipe explica Isaias 53 e consequentemente foi batizado. Este texto é interessante porque mostra qual o requisito para ser batizado.
O desceram a agua não significa que afundamento ou mergulho, este desceram a agua pode ser visto como chegaram ao lugar com agua. O texto não diz que foi mergulhado. Diz que foi batizado nesse lugar com agua, mas não diz que foi mergulhado.
Ambos desceram a agua e ambos saíram da agua.
Mas ai os imersionistas insistem que a palavra baptizo, significa mergulhar, etmologicamente significa mergulhar/afundar, mas ai vemos que no NT essa palavra não significa necessariamente.
Vamos para Marcos 7.1-4 (fariseus e escribas = chatos = pegavam no pé de Jesus se houvesse contradição das tradições). Todas as vezes que o texto fala de lavar, a palavra no grego batizar.
Todos os rituais do AT, chamados de batismos eram todos por aspersão.
Números 8.6 (ritual de purificação)
Números 19.18
Jesus disse que nos convém cumprir toda a justiça, se no AT, todos os rituais eram por aspersão, por que Joao Batista afundaria Jesus?
Inclusive os fariseus e saduceus (os chatos) aceitaram e queriam ser batizados por João Batista, em Mateus 3.5-
Se Joao Batista fosse mergulhar toda essa gente ia ser um verdadeiro exercício de alterofilismo
Ezequiel 36.25-Atos 2.41–Atos 9.18-Atos 16.33-1 Co 10.1
O texto é longo demais e o assunto é muito vasto para se resolver tudo em um único comentário. O autor mostrou uma leitura muito superficial da problemática. O texto mostra confusão a respeito de batismo e batismo com Espírito Santo. Na verdade, a própria tradução “batismo COM Espírito Santo” é incorreta. A preposição no grego traz EM e não COM. As traduções contribuem para a confusão.
Quanto aos dons, bem, não é preciso se estender muito. É muito simples se resolver a questão. Aqueles que acreditam que ainda há dons de cura … bem … simples demais. Busquem tal dom. Recebam-no! Recebam-no e saem por aí curando, como Paulo e Pedro fazia. Rebebam tal dom e imponham as mãos sobre os enfermos, curando a todos. Os hospitais precisam disso!
O engraçado é que há tantos defensores de dons hoje, mas NENHUM deles possui nem um único dom sequer. Os dons ainda existem? Busquem-nos! Mostrem para os cessacionistas que estão errados. Falem em línguas como antigamente: grego, hebraico, latim, francês, alemão! Falem em línguas de verdade e acaba-se a controvérsia! Acreditam ainda em dons de profecia? Simples! Profetizem! Digam: “Assim diz o Senhor!”
Dispensemos todos os blás, blás, blás! Busquem os dons! Mostrem a nós que ainda funcionam em nossos dias! E aí tapa-se a boca de quem duvida!
A desculpa que se dá para a ausência de dons é que a Igreja ficou preguiçosa, ninguém busca os dons. Engraçado! Nesses DOIS MIL anos de Igreja não se achou ninguém que não fosse preguiçoso?! Em todas as igrejas do mundo hoje não há sequer um crente que não seja preguiçoso? Todos os crentes pentecostais, que amam os dons, são todos preguiçosos?
Logo que os apóstolos morreram, a Igreja notou que os dons sumiram! Naquela época já se perguntaram por que. A resposta é bem óbvia! Insistir nisso pra que?
Paz sobre o Israel de Deus.