Planejar é ter habilidade de definir prioridades, determinar etapas e antever riscos e oportunidades, produzindo respostas consistentes a três questões fundamentais: Onde estamos? Aonde queremos chegar? Como vamos fazer para chegar lá? Para compreender adequadamente o termo, não podemos esquecer a famosa pirâmide das decisões:
A pirâmide acima representa os vários níveis decisórios de qualquer organização. No nível estratégico são tomadas decisões de longo prazo. Tais decisões se refletem de maneira duradoura e permanente, marcando profundamente uma organização, seja por seus reflexos positivos ou negativos. O nível tático se ocupa de como atender a médio prazo as decisões estratégicas. E o operacional em implementar ações para o curto prazo. Observemos que o nível estratégico se ocupa de objetivos globais para organização.
Tomando como exemplo uma igreja temos que o pastor, atuando no nível estratégico, estabelece como meta 200 almas num ano. Os órgãos evangelísticos, nível tático, irão se preocupar em criar campanhas para alcançar tal meta. E os membros de tais órgãos, que por sua vez ocupam o nível operacional da igreja, irão se desdobrar a cada domingo para participar das ações do nível tático, buscando cumprir a meta do nível estratégico.
O planejamento se ocupa de harmonizar o funcionamento destes níveis com as demandas do ambiente onde a organização atua. Quando não há este entrosamento, entre outras alternativas:
Visão? Claro. Estratégia? Sim. Mas quando você vai para a guerra deve ganhar usando logística superior. Depois que a Guerra do Golfo acabou, a mídia focalizou a estratégia que foi usada por Colin Powell[4] e executada por Norman Schwarzkopf [5]. Na minha opinião, o cara que ganhou a Guerra do Golfo foi Gus Pagonis, o gênio que cuidou de toda a parte logística. Não importa o quanto a sua visão e a sua estratégia sejam brilhantes se você não puder ter os soldados, as armas, os veículos, a gasolina, a comida – as botas, pelo amor de Deus! – para dar às pessoas certas, no lugar certo, na hora certa.
Pagonis certa vez afirmou que sua inspiração foi Alexandre, o Grande. De fato, o exército grego deve suas vitórias á capacidade logística de seu general. Alexandre foi o primeiro a empregar uma equipe especialmente treinada de engenheiros e contramestres, além da cavalaria e infantaria. Esses primitivos engenheiros desempenharam um papel importante para o sucesso, pois tinham a missão de estudar como reduzir a resistência das cidades que seriam atacadas. Os contramestres, por sua vez, operacionalizavam o melhor sistema logístico existente naquela época. Eles seguiam à frente dos exércitos com a missão de comprar todos os suprimentos necessários e de montar armazéns avançados no trajeto. O exército grego consumia diariamente cerca de 100 toneladas de alimentos e 300.000 litros de água!
O exército de 35.000 homens de Alexandre, o Grande, não podia carregar mais do que 10 dias de suprimentos, mas mesmo assim, suas tropas marcharam milhares de quilômetros, a uma média de 32 quilômetros por dia. Seu exército percorreu 6.400 km, na marcha do Egito à Pérsia e Índia, a marcha mais longa da história. Outros exércitos se deslocavam a uma média de 16 ou 17 quilômetros por dia, pois dependiam do carro de boi, que fazia o transporte dos alimentos. Um carro de boi se deslocava a aproximadamente 3,5 quilômetros por hora, durante 5 horas até que os animais se esgotassem. Cavalos moviam-se a 6 ou 7 quilômetros por hora, durante 8 horas por dia. Eram necessários 5 cavalos para transportar a mesma carga que um carro de boi.
Também inovou nos armamentos. Seus engenheiros desenvolveram um novo tipo de lança, chamada sarissa, que tinha 6 metros de comprimento, largamente utilizada pela infantaria. Com esse armamento derrotou um exército combinado de persas e gregos de 40.000 homens perdendo apenas 110 soldados. Em 333 a.C., seu exército derrotou um exército de 160.000 homens comandados por Dário, rei da Pérsia. Devido a esse sucesso, a grande maioria das cidades se rendeu ao exército macedônico sem a necessidade do derramamento de sangue. Assim, Alexandre o Grande criou o mais móvel e mais rápido exército da época.
[5] General que coordenou a ofensiva na ocasião