Prezados 50 leitores, vocês sabem o que penso a respeito de igrejas na política. Reitero que qualquer um de nós pode postular cargos, os mais diversos. Inclusive a política partidária, quando bem exercida, beneficia todos os cidadãos.
O problema é quando se usa a Igreja como massa de manobra, como curral eleitoral, ainda que feito de maneira dissimulada. Tendo em vista as proibições legais alguns pastores estão reunindo seus membros em clubes e assemelhados, mas o objetivo é o mesmo. É uma prática vergonhosa, aética e ilegal.
Logo abaixo, vai uma cópia do último boletim da Assembleia de Deus em Natal/RN, presidida pelo PR. Martim Alves. Ele dá algumas orientações a seus obreiros e à igreja ali sobre como se comportar com a política. Em dado instante assevera que os obreiros devem evitar nomear suas preferências, sob pena de ferir a ética e transgredir a Lei, embora como cidadão cada um tenha suas preferências. Não tenho procuração para defendê-lo, nem conheço a atuação prática da Igreja naquele estado (a moda por aqui em PE é se ensinar uma coisa e fazer outra totalmente diferente). Gostaria, inclusive, de parabenizá-lo pelo posicionamento e pela emissão dos boletins semanais, o que é uma excelente prática. Leiam e reflitam, esse é o objetivo do blog.
O CRISTÃO E A POLÍTICA
“Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus”. I Co 10.31
Como todos sabem, estamos nos aproximando das eleições municipais e todos os membros da Igreja, como cidadãos, têm o direito e a liberdade de escolher, através do voto, os seus representantes conforme a sua consciência e suas preferências. Através deste Boletim quero lembrar aos obreiros, membros e congregados da IEADERN que a sinceridade com que defendemos nossa doutrina e nossos princípios ao longo desses 98 anos de existência em solo potiguar, nos tem dado credibilidade perante as autoridades, e nos faz merecedores do respeito que elas têm pela nossa denominação.
Geralmente, nessa época de campanha eleitoral, somos procurados em nosso gabinete, por candidatos aos cargos eletivos, e nós os recebemos. Encaro isto como uma forma de interagir com as autoridades no exercício da presidência da nossa instituição. Como cidadão tenho as minhas
preferências. Porém, como Pastor da Igreja, tenho a convicção que pela própria natureza partidária, a política divide as pessoas.
Portanto, aconselho aos meus companheiros, pastores das igrejas filiais, coordenadores de setor, dirigentes de congregação que evitem declarar a sua preferência. A congregação não é e nem deve ser tratada como um “curral eleitoral” em que os membros são tratados como se fosse propriedade de um pastor ou de um grupo político, aliás, isso se constitui crime eleitoral por se tratar de igreja.
Lembremo-nos que a igreja é formada por cidadãos das mais diferentes correntes ideológicas, um grupo bastante heterogêneo e, como líderes temos o sagrado dever de conservar a unidade do corpo, que é a igreja, coluna e firmeza da verdade. Nunca é demais lembrar que já vimos alguns candidatos
assinarem “cartas e compromissos de intenções” durante a campanha e após a eleição fazerem justamente o contrário.
Queridos companheiros pastores, portemo-nos de modo que não venhamos a dar escândalo a ninguém. Nós fomos chamados para apascentar o rebanho de Deus. Não para ter domínio sobre ele, mas para servir de exemplo. Como disse anteriormente, nas próximas eleições todos os membros e congregados da Igreja, como cidadãos, têm o direito e a liberdade de escolher, através do voto, os
seus representantes conforme a sua consciência e suas preferências. Porém, não é demais lembrar que, como Igreja do Senhor, temos princípios e valores que devem ser preservados por todos nós.
Com amor pastoral, quero aconselhar aos meus amados irmãos, membros e congregados da nossa IEADERN, que na hora de exercerem o seu legítimo dever de votar, procurem se informar, com antecedência, se os candidatos que vocês estão escolhendo têm os valores morais e éticos de
acordo com os princípios exarados na Bíblia Sagrada.
A decisão de escolher um candidato é individual. Porém, as consequências vêm de forma que alcança toda a coletividade. Como já disse, as eleições estão se aproximando e todos os membros e congregados da Igreja, como cidadãos brasileiros, têm o direito e a liberdade constitucional de escolher, através do voto, os seus representantes de acordo com a sua consciência e suas preferências.
Além de procurarmos votar em pessoas que consideramos sérias e honestas para nos representar, não podemos, como crentes em Jesus que somos, votar em candidatos que se declaram favoráveis ao aborto e outras práticas que atentam contra a vida ou estão ligados a partidos que defendem esta prática pecaminosa diante de Deus. Com a justificativa que a mulher tem direito sobre o seu corpo, eles negam ao indefeso e inocente, que está sendo formado no ventre materno, o direito à vida. Eis o que as Sagradas Escrituras nos dizem: “Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia”. Sl 139.14-16
Neste período de campanha é muito comum aparecerem os oportunistas, que no afã de se elegerem, prometem coisas que nem fazem parte das suas atribuições, valendo-se da ingenuidade da maioria dos eleitores. Outros se omitem com relação aos seus princípios, crenças e valores.
Portanto, meus queridos irmãos, sejamos simples como as pombas e prudentes como as serpentes. Vamos votar. Vamos exercer o nosso dever de cidadão. Porém, não podemos esquecer que, como Igreja do Senhor, temos princípios e valores, estabelecidos por Deus em sua palavra, que devem ser preservados por todos nós.
Portanto, vamos exercer o nosso direito de cidadania, mas observando os candidatos se realmente pensam e praticam segundo os ditames da Palavra de Deus.
“Para que todos sejam um”
Pr. Martim Alves da Silva
Pastor Presidente da IEADERN e CEMADERN