A escatologia é fascinante. Boa parte deste fascínio decorre da redenção. Nosso mundo utópico e cheio de problemas seria substituído por outro melhor e sem as incoerências que vivenciamos. Os perigos, porém, desta interpretação são evidentes. Queremos, sim, um mundo melhor, mas este não pode acontecer segundo nossos parâmetros do que é “melhor”.
O primeiro grande perigo (e não há gradação nesta série de posts) é a cosmovisão pessoal e/ou denominacional. O que deve nos interessar, em primeiro lugar, é o que a Bíblia diz e não no que acredita um escritor famoso, nosso líder ou nós mesmos. A cosmovisão, trocando em miúdos, é nossa forma de ver o mundo, inclusive o vindouro. Daí que os mórmons, por exemplo, esperem que os EUA sejam a capital mundial escatológica. Então nada restará para os demais. Aliás, esta visão impregna a doutrina desde o nascedouro.
A interpretação escatológica deve seguir os saudáveis parâmetros hermenêuticos e exegéticos. Do contrário é apenas conveniência e conformação aos caprichos de pessoas. Deus fará com que sua vontade seja cumprida. Ele já tem dito qual será. Onde se calou é porque achou melhor nos omitir. Não adianta procurar onde não tem! Ao replicarmos equívocos, em breve não precisaremos da Bíblia, mas de determinados livros que se insiram no que acreditamos que o Céu ou os eventos futuros devem satisfazer.
Há um ditado evangélico que diz: “A Bíblia é o único livro cujo autor está perto de quem o lê!”. A questão é: queremos ouvir o que o autor tem a dizer? Ou já vamos cheios de preconceitos ao livro? Não funciona. Boa parte da moçada que está falando sobre escatologia hoje em dia, nunca procurou fazer a interpretação a partir de sua própria leitura do que a Bíblia diz. Nesta seara a postura bereana nunca foi tão bem vinda como agora!
Que nossa cosmovisão se conforme ao que diz a Palavra e não contrário!