Os males da judicialização da Igreja
Como já pontuei em meu Facebook, temos recebidos inúmeras mensagens de todo o Brasil, falando dos problemas eclesiásticos. Não sei se a proposta reflexiva do blog tem atraído a atenção das pessoas… Com o passar do tempo aprendi a filtrar as críticas infundadas, a maioria das quais já apago de imediato. Especialmente, quando são direcionadas a pessoas que não poderão se defender. Não é esta a intenção. Tento debater problemas macro, penso que solucionando-os o varejo acompanhe.
Um dos casos a mim narrados ocorreu no Sudeste do País, numa AD. O comentarista dá alguns detalhes da congregação, do estilo de liderança do pastor, etc. E fala de vários problemas que ocorrem ali. Aliás, são semelhantes a outras narrativas e este post é uma observação nacional. Mas o que me chamou a atenção é que ele fala da ameaça da coordenadora, esposa do pastor. Informa o irmão, em vários contextos, que basta ouvir críticas, a humilde irmãzinha diz que vai processar o interlocutor.
Vivemos um momento de maior consciência dos direitos individuais e isso se reflete numa Justiça abarrotada de processos. Muitos deles contra igrejas. Há processos incríveis! Como o de uma mulher que teve o filho raptado do berçário. Outro que aciona a Igreja para que restitua seus dízimos. E vai por aí afora.
Mas boa parte da iniciativa parte da própria liderança visando resguardar direitos e privilégios. Outrora os grandes mestres de nossa Igreja, aqueles que tinham espaço e efetivo mando, eram leigos. Um ou outro se destacava, poucos tinham formação superior. Com o passar do tempo, a institucionalização da AD trouxe a figura do advogado para dentro de nossas hostes. Ressalto, de partida, que qualquer profissão é bem vinda.
É fato que a sociedade tende a endeusar três profissões: médico, engenheiro e advogado. Porém, pobre do médico que não entender que precisa do enfermeiro, do eletricista (para ligar corretamente equipamentos caros), da faxineira, da secretária, do contador. Enfim, todas as profissões interdependem umas das outras. O problema com os profissionais do Direito (que me perdoem meus amigos juristas) é sua suposta superioridade intelectual. Quando tal aura se juntou à necessidade de salvaguardar direitos de ungidos eclesiásticos não deu outra. Um amigo da blogosfera, escreveu em seu Facebook o seguinte pensamento: “Quando ignoram-se princípios, precisa-se de normas”. Creio que entendi perfeitamente, na ausência de princípios bíblicos, que é uma marca da Igreja moderna, criam-se normas baseadas na Lei para nortear a gestão.
Para piorar o raciocínio, veja esse outro caso. Era apenas uma reunião de prestação de contas e o Conselho Fiscal de uma grande igreja do Rio de Janeiro encontrara despesas sem as notas fiscais correspondentes. Problemas com sonegação de impostos e subtração de valores. Resultado: tiveram de ir à Justiça, porque contra a Lei tal pastor levara a cabo os desvios. Ou seja, nem a Lei basta a muitas lideranças!
E pra situar o andar da carruagem, um irmão me envia outra mensagem contando sua triste história. Em resumo, o pastor endividou a congregação a um ponto insolúvel. E agora passou a emprestar, com juros, dinheiro para sua própria Igreja! São casos escabrosos que demonstram fartamente como as transgressões se acumulam.
É importante retornar aos princípios bíblicos nos quais as coisas se resolviam espiritualmente (I Coríntios 6:1-8). Infelizmente, se arvorando em direitos da Lei, transgride-se hoje deveres cristãos. Deus está atento e queda de tal sistema é iminente.
Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos? (I Coríntios 6:5).
Penso também o mesmo, tal sistema cairá é questão de tempo.