Nobres 60 leitores, fizemos há três semanas uma enquete no blog para saber o que estava incomodando os participantes dos cultos em geral. Longe de ser uma pesquisa de satisfação a ideia era levantar e confirmar algumas constatações deste missivista. Participaram 142 pessoas de diversos Estados do Brasil. As denominações também foram as mais diversas. Os resultados, para quem souber analisá-los, traz informações preocupantes. Parto do princípio que os participantes foram sinceros.
Começamos perguntando há quanto tempo os participantes frequentam as igrejas. O gráfico mostra uma geração madura (ao menos na amostra dos participantes), portanto, é gente que tem uma opinião embasada em anos de Igreja:
Descendo à maiores detalhes iniciamos as perguntas mais objetivas. Aqui os gráficos mudaram porque criamos uma escala de intensidade. Quanto mais as pessoas estiverem incomodadas mais tenderão ao 10, que significa Muito, quanto menos incomodadas ao 1, que significa Pouco. A primeira foi: Incomoda a movimentação de pessoas?
Como podemos notar, 81 pessoas (mais da metade) responderam Muito. Esse é um problema grave, já apontado outras vezes aqui no blog. É insuportável a movimentação de pessoas no culto, não há discrição na chegada, as pessoas passam em frente ao pregador, um vai buscar água, outro busca água para outra pessoa. Este mal agora contaminou alguns púlpitos onde o dirigente parece não ter sossego, desce, sobe, chama alguém, atende ao telefone. Simplesmente, um caos!
A próxima pergunta foi: O que te incomoda é a falta de estrutura?
Note que as respostas apontam que a maioria não está muito preocupada com ar condicionado, por exemplo, bancos mais confortáveis ou um bom estacionamento. Ninguém chegou ao nível 10 de Muito insatisfeito. Mesmo as trancos e barrancos a estrutura de nossas igrejas parece agradar à maioria.
Indo adiante perguntamos: O que lhe incomoda é a altura do som?
Novamente não parece ser um assunto muito incômodo para a maioria. Mas note como o gráfico se desloca para a direita, indicando um tendência. De fato, temos que repensar a altura do som em nossas igrejas, especialmente, no que diz respeito a bebês e crianças em geral. Além de pessoas idosas.
A próxima pergunta foi: O que lhe incomoda é a altura dos instrumentos?
O resultado não surpreende. Na maioria das igrejas os conjuntos tocam alguns decibéis acima do razoável. Quem nunca viu um baterista que deseja ensurdecer a audiência. O ideal é que os templos possuíssem um decibelímetro para sinalizar a altura.
Nossa próxima pergunta foi: O que lhe incomoda é a grande quantidade de orgãos de louvor?
O canta canta parece não incomodar a maioria.
Nossa próxima questão é: O que lhe incomoda é o assunto dos hinos desconectados da natureza do culto?
Aqui os dados começam a ficar interessantes. Boa parte dos participantes compreende que a liturgia não prescinde da ordem. Apesar daquele culto mais solto e participativo é imperioso que os maestros e dirigentes estejam atentos à natureza do culto, para então escolher hinos adequados.
Na próxima questão perguntei: O que lhe incomoda é o espaço para a pregação no culto?
A maioria esmagadora compreende que há pouco espaço para a pregação no culto. É um assunto crítico porque a maioria dos irmãos vão somente nos domingos à igreja. Temos, portanto, uma única oportunidade de recarregar as forças, ouvindo a Palavra de Deus. Se for perdida…
Constatação semelhante tivemos quando perguntamos: O que lhe incomoda é a ausência de tema e tópicos na pregação?
Resumindo: Nosso povo quer Bíblia!
A penúltima pergunta tem a ver com uma prática que anda em voga em nossos cultos, o uso do chavão. Perguntamos: O que lhe incomoda é o uso de chavões (toque no irmão ao lado, sugestionamento psicológico)?
A maioria esmagadora está incomodada com esse comportamento. Gostaria muito que aqueles que decidem em nossas igrejas olhassem, bem de perto, para esse número.
Por fim, perguntamos: O que lhe incomoda é a hora em que o culto, geralmente, termina?
O gráfico mostra outra curiosidade: a maioria não está muito incomodada com isso.
Conclusão
É óbvio o desconforto com os chavões, a ausência de tempo para a Palavra de Deus e uma pregação bem estruturada. Já é sensível entre nós o surgimento de uma geração que estuda, pesquisa, se informa. Isto será um problema para muitos líderes. Pois pouco a pouco sua indolência com os temas apresentados acima trarão tensões e choques.
É hora de arregaçar as mangas…