Prezados 180 leitores, hoje a Justiça decretou intervenção judicial na CGADB, nomeando um novo interventor para a promoção de novas eleições. Com esta medida todas as 14 decisões judiciais serão levadas a efeito. Explico: diversas decisões da entidade no que se refere às eleições eram claros descumprimentos de tais determinações. A própria eleição e a divulgação de seu resultado ocorreu à revelia da Justiça.
Com essa nova decisão, a posse dos eleitos e diretorias, que ocorreria no dia 28/04, não deverá mais ocorrer. A menos que se queira fazer uma nova provocação à Justiça. Ainda neste dia uma nova decisão, desta vez do STJ, em resposta a recurso da CGADB, registra que a ciência da entidade no descumprimento das decisões anteriores foi inequívoca.
Ou seja, para dar materialidade a uma eleição já cheia de suspeitas ainda se descumpriu as decisões.
Esta última decisão também considerou a questão de a entidade vir a ficar sem comando, uma vez que o atual mandato se encerraria com a posse. Uma vez que ela não ocorrerá como ficaria o comando da entidade? Em virtude deste impasse, a Justiça determinou:
- Que o atual presidente ficará no comando até a posse do novo presidente;
- Uma nova audiência para remarcar a data da eleição está agendada para o dia 04/05, às 14:00h.
O que penso disso tudo?
Para um bom entendedor, uma vírgula é frase. Temos repetido aqui: não precisava ser assim. Fico preocupado com alguns interlocutores que questionam as pretensões dos concorrentes. Quer dizer que se o Fernandinho Beira Mar vai comprar na sua mercearia você muda as regras do comércio? Eleições em geral tem que ser isonômicas, respeitar os contendores e ser absolutamente transparentes. Não importa quem sejam os participantes.
A decisão reflete uma imposição judicial. Agora ou a entidade cumpre o que determina a Justiça ou “acumula milhas” na desobediência, podendo levar até mesmo a prisões e outros problemas de longo prazo. Certamente teremos que arcar com muitas multas a serem calculadas posteriormente, em virtude do descumprimento das decisões, e ainda ficamos com uma pecha perante o Poder Judiciário.
Como parece não haver ninguém com isenção suficiente para conduzir um novo processo eleitoral, ficaremos à mercê de um interventor judicial. Já tínhamos um no dia 09/04 e agora outro tomará as decisões referentes ao pleito. São poucas entidades no Brasil que chegaram tão longe.
Pra piorar, desde novembro que a CGADB só gesta eleições. A Declaração de Fé hoje apresentada já estava sendo organizada há um ou dois anos, salvo engano. Esse é o período ao menos em que ouço falar do assunto pelo Pr. Altair Germano. Então, restaremos engessados pela atual administração, aguardando um novo eleito. Para uma denominação que precisa resolver pendências de anteontem não é uma boa notícia.
O saldo triste desse processo eleitoral é o aviltamento da denominação. Já imagino as piadas jocosas feitas nos escaninhos onde o caso e as ações tramitam. Nada menos que o poder, em sua forma mais grotesca, se manifesta e arrasta a tudo e todos pelo caminho. Vergonha total. Que diriam nossos pioneiros fundadores?
Espero que passadas as eleições, os traumas sejam superados e possamos seguir em frente.
Triste fim de uma era.
Leia mais no blog do Pr. Gesiel Oliveira.