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O oleiro e o vaso em Jeremias 18

Trabalhando o barro

Introdução

Etapas para a elaboração de um vaso na olaria:

1) Escolher o barro

Normalmente o barro apropriado para a olaria está nas margens dos rios, em locais conhecidos como barreiros. É um trabalho pesado e difícil, requer o transporte de grandes porções do material;

Amassando o barro

2) Preparar o barro

Envolve duas atividades distintas e complementares:

– Bater o barro, para livrá-lo das pedras e outras impurezas;

– Amassar o barro, para eliminar eventuais bolhas de ar.

Tanto uma como outra atividade visam que o vaso possa suportar o calor. As bolhas poderão fazer com que a peça exploda dentro do forno, durante a queima, como também podem provocar rachaduras em peças que estejam secando.

Fazendo o vaso

3) Modelar o vaso

Para modelar um vaso o oleiro, que é o profissional que trabalha na fabricação de peças torneadas, utiliza a roda de oleiro. É uma bancada de madeira, antes movimentada pelos pés do trabalhador através de correias. Hoje em dia o torno utiliza um motor acionado de maneira semelhante às máquinas de costura motorizadas. A roda de oleiro foi inventada na Mesopotâmia, por volta de 4.000 a.C. A atividade de um oleiro requer muita dedicação e prática. O caminho que conduz à perfeição é muito longo. Sua tarefa principal é dar forma a uma porção de barro com as mãos e umas poucas ferramentas, como as que estão ao lado. A argila é colocada no centro de um prato giratório e com os dedos posicionados, externa e internamente, levantam-se as paredes da peça na forma e altura desejada. Simples é descrever o processo, mas só quem é bastante habilidoso e dedicado é que consegue executar eficientemente o trabalho. Notemos que as peças, apesar da habilidade do oleiro, não são iguais, são apenas semelhantes, em grande parte porque o trabalho é manual.

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Vamos ao texto

Jeremias 18:2-6 Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. 3 E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas, 4 Como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer. 5 Então veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 6 Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o SENHOR. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.

Destaques

Cor – De acordo com a sua composição, a argila apresenta-se com cores variáveis (branco, alaranjado ou cinzento). A argila mais pura, bastante mais clara designa-se por caulino. Brancura na Bíblia é santidade (Ap 3:5);

Plasticidade – A argila tem a capacidade de adquirir e manter diferentes formas ao ser trabalhada. Mesmo depois de seca e antes de ser cozida, pode ser novamente trabalhada se lhe adicionarmos água. Devemos ser pessoas maleáveis e flexíveis, mantendo nossos valores inalterados. Não importa que formato tenha a argila, ela não negocia seus princípios (Dn 1:8);

Resistência – É a propriedade que a peça tem de manter a forma dada após secagem e de se tornar mais resistente após a cozedura (II Co 10:18). Quanta satisfação não tem o oleiro após tirar o vaso do fogo?

Impermeabilidade – Depois de cozida e vidrada a peça deixa de absorver líquidos. Que possamos aprender com as garças, que andando na lama para recolher seu sustento, não se suja com ela. Sejamos impermeáveis ao pecado que nos rodeia tão de perto (Hb 12:1);

Sonoridade – Propriedade que a argila tem de emitir sons, através de pequenos batimentos, após a cozedura. Antes do cozimento o som da argila é fofo e quase inaudível. Existem artesãos que fazem desde flautas a berimbaus e bumbos de barro. Há um outro tipo de sonoridade que o cristão deve ter: a do silêncio ensurdecedor do exemplo (II Co 3:3).

Aplicação devocional do texto

Levanta-te – Não podemos entender o contexto desta palavra, senão relembrando como começamos. Jeremias levantou-se dentre a idolatria e outros pecados de seu povo. Ele não se acomodou com o tradicional: É assim mesmo…(Ef 5:14)

Desce à casa do oleiro – A casa do oleiro tem solução para os nossos problemas, mas somente se lá descermos. Quantos já não querem orar? Não querem gastar tempo sendo moldados pelo Senhor?

Deus não desiste de trabalhar por nós e em nós – O Senhor não cansa de trabalhar em nossas vidas (Is 64:4)

Falarei contigo – É a promessa do Senhor para aqueles que o buscam (Jr 29:13). Sua Palavra nos sustenta (Lc 4:4)

Conclusão

Desçamos à Casa do Oleiro. Deixemos que Ele nos molde, se necessário, nos quebre e refaça totalmente. Se estivermos em suas mãos, devemos crer que todas as coisas concorrerão para sua Glória (Rm 8:28). Após a queima, nos alegremos porque Ele faz a ferida e Ele mesmo sara (Os 6:1). Aonde nos puser em sua casa, façamos o melhor, pois foi do seu agrado que aí estivéssemos. Em suma, façamos tudo para agradá-lo, sua Palavra virá a nós trazendo paz, conforto, sabedoria, ânimo, poder e vitória (Fp 4:13)!

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