Nota-se que os empreendimentos começam sempre pequenos a partir da visão de seus fundadores. No primeiro estágio de crescimento ocorre a crise de liderança. Já não é mais possível liderar sozinho e o líder convive com a dificuldade de delegar tarefas. Algumas organizações não conseguem ultrapassar esse patamar, porque a centralização asfixia o progresso das operações. Noutras o líder compreende tal necessidade e de maneira organizada e gradual faz a transição.
No segundo estágio a crise é de autonomia. Com a delegação, líderes de áreas e departamentos tendem a tomar decisões sozinhos, afetando a dinâmica da organização. Algumas dessas influências são benéficas e até mesmo essenciais para o futuro dela. Nesta fase a igreja se reinventa, buscando atender através de seus ministérios internos as demandas dos membros.
Superado corretamente este estágio chegamos à crise de controle. Os processos saem do padrão, descaracterizando totalmente a administração. O crescimento delegado traz a necessidade de controlar o fluxo de informações, evitar os gargalos que atrapalham as ideias e, sobretudo, não perder o foco da organização.
Na quarta fase das crises o funcionamento da organização enfrenta a crise burocrática. Se a tentativa de padronizar os processos for mal conduzida, acaba por engessar os passos da organização. Decisões são mal tomadas ou não tramitam. As pendências se sobrepõem ao foco da organização. Tornam-se frequentes as críticas e as fadigas estruturais são expostas.
A última crise é reflexo do próprio crescimento da organização. Acaba por tornar tão monolíticas as decisões que o ambiente organizacional se torna insuportável. Se a estrutura não aguentar as demandas, a organização desmorona.
Infelizmente, as igrejas não estão imunes a tais crises. Apesar de estarem sob o controle divino, exercido através de suas lideranças, estão condenadas ao fracasso todas aquelas que não tendo consciência das mesmas nada fizerem para resolvê-las. A Igreja Católica já atravessou esta jornada muitas vezes, mas ela tem um diferencial a seu favor. É quase uma igreja única.
O contrário acontece com as igrejas evangélicas que se multiplicam em nosso País. Muitas já morreram porque não perceberam as mudanças necessárias a realizar, outras por não terem a mínima estrutura, ainda outras se fragmentaram. Este parece ser um caminho sem volta. Explodem as pequenas congregações, ministérios, comunidades e cultos isolados em casas aqui e acolá. Não é um movimento novo, mas deveríamos prestar um pouco mais de atenção.
Outras igrejas morrem em vida. É o famoso tens nome de que vives, mas está morto. Esse raciocínio de aplica tantos às igrejas de tijolo quanto às de carne. Todo cuidado é pouco… Se levarmos em conta que o problema nem sempre é dinheiro, aí ganha ares de alarme.