Hoje me chegam um áudio e uma cópia de depoimento dado ao Ministério Público por determinado líder de um grande ministério da AD no Brasil. O depoimento foi dado por esses dias. É que a Promotoria está no encalço de algumas igrejas em virtude de supostos desmandos que estão acontecendo dentro delas: campanhas em igrejas, campanha extemporânea (fora de hora), ausência de isonomia, tolhimento de opinião contrária, assédio eleitoral e por aí vai.
Houve uma denúncia anônima e, segundo as informações repassadas, até a Polícia Federal está no meio das investigações. A variável crítica é que hoje em dia qualquer pessoa é jornalista. A partir de um simples celular grava vídeo e som, repassa via WhattsApp e está feito o estrago. Noutras vezes a própria igreja faz a divulgação em suas redes sociais para angariar apoio e o que era estrago vira catástrofe. A produção de provas agradece. Outras variáveis são a disseminação das informações via redes sociais e a elevação do nível educacional dos membros, cada vez mais conscientes de seus direitos e deveres. Antes era muito mais fácil impor um nome, a coisa mudou de figura. Como as lideranças andam mentindo na cara dura o respeito evanesceu. E todas estas variáveis tendem a piorar! Eu disse: TODAS!
O problema básico é que a partir de 1986, como conta Joanildo Burity em seu livro, Os Votos de Deus, muitas igrejas decidiram acompanhar a IURD, sim a vedete da Teologia da Prosperidade, no afã de terem suas próprias representações políticas. A estratégia era dizer que estamos sendo perseguidos ou que poderíamos ser, etc. Aquela balela repisada para incautos. Daí alguns nomes seriam escolhidos a dedo e apoiados incondicionalmente, mas sempre nomes privilegiados por parentesco ou hierarquia. E ai de quem se opusesse ou também quisesse apoio sem ter QI (Quem Indique). O resto é História. Já vi muuuuuito filme desse…
Enfim, o Ministério Público está no encalço e as coisas prometem sair do controle. Ou seja, era um problema interna corporis, resolvido na base da pressão e imposição. Agora um mediador de peso entrou no jogo. Pelo que ouvi no áudio, houve muitas mentiras aos promotores, que, eventualmente, serão esclarecidas pelo(s) proponente(s). A Justiça em seus mais variados níveis costuma ficar irritada com essa postura. É muito melhor admitir o erro e firmar um Termo de Ajustamento de Conduta, por exemplo, do que negar com tantas evidências. Por essas e outras, sugiro a todos os amigos pastores, fiquem atentos à Lei. Este ano teremos uma atenção especial pelo fato da ausência de financiamento privado (via empresas). Só restou bancar a campanha com dinheiro da família (as doações pessoais estão liberadas) ou estar aliado a um sindicato ou igreja.
Nada disso surpreende quem acompanha o blog. Desde sempre alertamos que tais atitudes poderiam resultar em problemas para as igrejas, lideranças e membros. Aliás, notícias de fontes fidedignas dão conta de inúmeras representações do Ministério Público, coibindo tais práticas em todo o Brasil. Se irão se tornar dor de cabeça maior só o tempo dirá. De saída temos a imagem arranhada e, se as mentiras forem confirmadas, a credibilidade na lata do lixo. Não acho pouco quando falamos de igrejas, nem de homens de Deus. Num momento em que a mídia se ocupa em ridicularizar pastores é massa negativa e tanto.
Só não se diga que o Diabo está tramando contra a Igreja. O vilão sempre leva a culpa do desvario. É a Lei contra a fome pelo poder! Anotem aí: daqui a pouco começam as campanhas de oração porque o Ministério Público está perseguindo a Igreja…
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