No Dia do Teólogo proponho um ENEM assembleiano. Que acham?
Dias atrás propus aqui à chapa eleita da CGADB (eu sabia que não era o forte do grupo, mas… ninguém pode dizer que eu só critico):
Atuar na qualidade teológica de nossas igrejas. Que tal um ENEM para os teólogos assembleianos? Um exame de proficiência teológica? Que tal estabelecer um nível mínimo de aprendizado nacional? Teriam os teólogos formados nos seminários assembleianos condições intelectuais de serem aprovados num exame sobre a teologia corriqueira dos seminários? Via de regra, há seminários cuja grade curricular é fraca e as aulas, propriamente ditas, uma negação. Mas os cursos são aprovados pelo Conselho de Educação da Convenção Geral, sem que haja uma avaliação adequada de instalações, currículos e conteúdos.
De quebra, inibiríamos eventos ditos pentecostais cuja efusão conhecida é de arrogância e meninice espiritual. Investiríamos na qualidade teológica dos eventos promovidos pela CPAD, que, por vezes, deixam a desejar. Preletores preparados no currículo, mas fracos na exposição e no conteúdo. Eu já tive a oportunidade de me decepcionar com a expectativa em torno desses eventos. Mais de uma vez. O problema é que, via de regra, os preletores são escolhidos pela proximidade com o centro de poder, alijando os críticos mais competentes. Temos que acabar com esse ranço ultrapassado.
Eu estava, por exemplo, em Itapissuma/PE há alguns anos, quando um preletor assomou o púlpito. Este homem pregou por 45 minutos sobre a unção de Davi. Citou dezenas de versículos, a ponto de eu conferi-los pela minha incredulidade. Foram minutos de Bíblia e profundidade teológica. Detalhe: há inúmeros homens assim pelo Brasil que não tem oportunidade, nem apadrinhamento. Se formos incluir algumas mulheres bem preparadas que temos, alguém se eriça logo com a questão do ministério feminino, mas nenhum seminário, nenhuma EBD, abre mão de suas mulheres professoras!? Por mediocridade escolhemos o pior! O mais incrível é, por exemplo, disseminar via lições bíblicas palavras em grego e hebraico, quando nossos seminários, por vezes, não se aprofundam em tais matérias. Já há seminários que possuem uma grade curricular com exegese, sem ensinar as duas línguas padrão!
E aí? Que acham da proposta? De quebra poderíamos analisar onde há a necessidade de maior investimento e capacitação. Como planejamento não é o forte de nossa AD…
E vamos em frente!
Como sempre seus textos são muito pertinentes. Mas, como você mesmo diz no final: E vamos em frente! Ora, a AD precisa avançar em sua teologia, mas o grande problema são nossas lideranças, e alguns pontos de cursos teológicos, que não investem em uma teologia mais aprofundada e contextualizada a nossa realidade eclesial, que muitas vezes se preocupa mais com auto-ajuda, prosperidade, e estrelas do mundo gospel. O pentecostalismo clássico, e assembleiano precisa avançar em sua teologia, mas a meu ver tem que existir uma conscientização nacional de nossos pastores e líderes.
Para encerrar, concordo com você, no que tange ao estudo das línguas bíblicas. Tanto o hebraico, como o grego koinê são fundamentais para uma interpretação exegética e interpretativa das Escrituras, e isso iria remeter a um melhor aproveitamento das lições bíblicas, e na ministração dos ensinos na Escola Dominical.
Feliz dia do teólogo Daladier! Parabéns pelo texto, e por seu blog, que a meu ver tem dado uma grande contribuição bíblica e teológica. Um forte abraço em Cristo.
Boa noite amigo,
Não entendi o porque da revolta de uma pessoa ser um teólogo,como também a ideia de mau gosto de ter que se fazer um ENEM para medir a capacidade do teólogo. Porque não fazer também um ENEM para pastores, tanto os formados em seminário, quanto aos leigos? Aliás existem pastores por aí que não possuem nem o ensino fundamental e durante os cultos quando abrem a boca para pregar, é um tal de “nos vai, nós come, nós fala, nós merece, nós gosta, nós prega, nós recomenda e etc”. As pessoas presentes, as vezes até visitantes se levantam e vão embora porque foram ali para ouvir a Palavra de Deus e não ouviram nada.
Penso no entanto, que todos os pastores deveriam sim ser teólogos, assim como quem vai fazer uma cirurgia em um paciente tem que ser médico, quem vai dar aulas para universitários tem que ser formado e diplomado em uma faculdade e/ou em uma universidade e ainda l com uma pós ou um mestrado.
Agradeço pela oportunidade de poder me expressar sobre este assunto tão polêmico. Fique com Deus
R. Dourado
Prezado Raimundo Dourado,
Minha proposta sobre o ENEM não tem por intenção discriminar os teólogos, muito pelo contrário. A ideia é identificar onde há necessidade de aperfeiçoamento. O modelo que temos não favorece tal necessidade. Os pastores também deveriam se submeter a ele. Pelo mesmo motivo. A qualificação é uma urgência desde os tempos apostólicos.
Abração!
:Prezado Sr. Daladier Lima Says.
Agradeço-lhe de coração pela resposta ao meu comentário. Na verdade o que eu reclamei foi o fato de na ocasião, o irão ter se referido apenas ao Teólogo como se fosse uma pessoa despreparada e não ter na ocasião incluído os”pastores” que na verdade, e na grande maioria deixa muito a desejar até mesmo com gestos desnecessários e também sem um preparo intelectual para exercer o seu papel de pregar a Palavra de Deus, em grande parte não sabe fazer um comentário e nem um contexto para melhor entendimento da Palavra. Tenho muito respeito pelos teólogos, sabemos que tem Teólogos e Teólogos,com também Pastores e Pastores, mas devido os seus quatro anos de academia com aulas presenciais, eles possuem sim um grande conhecimento Bíblico,por isto são professores formadores de Pastores e Padres. No seu segundo comentário, me deixou mais um pouco aliviado.Agradeço-lhe pela resposta à minha colocação.
Fique na companhia do Senhor Jesus e Deus o abençoe sempre em todo os seguimentos de sua vida.
Um forte abraço.
Raimundo Dourado de Souza. Em 15/02/2016,