Não era por nada!?
As manifestações estão aí. Por R$ 0,20, R$ 0,30, R$ 0,50, os números diferem. Fato é que as pessoas comuns não aguentam mais a política e os políticos. Todos eles. Se por um lado isso é bom porque traz a reflexão e a contestação de modelos ultrapassados de Governo, por outro lado, traduz nossa crônica dificuldade de crescer como Nação, olhando e resolvendo nossos problemas, superando nossas deficiências estruturais. Convivemos com este modelo desde 1500. O Brasil, na verdade, não foi o destino de pessoas como Nação, chegaram aqui por acaso, de olho nas riquezas que os espanhóis já haviam descoberto no restante do continente. Há inúmeras teorias a respeito… Dia desses li ou ouvi que Datena foi visitar Portugal e a funcionária na alfândega foi muito ríspida, dizendo algo como: Bando de pobres, vem visitar nosso País… Ele retrucou: Devolvam-nos o ouro que trouxeram para cá e seremos tão ricos como vocês. Mal sabiam, ele e a atendente, as voltas que o mundo dá, com uma União Européia afundada em dívidas, Portugal está a depender do turismo dos pobres que surrupiou.
Como este blog costuma fazer ganchos entre a realidade mundana e a Igreja, seria o caso de perguntar: Aonde estão os planos da CGADB para a denominação que ela representa? As eleições passaram, eu esperei um bom tempo para fazer esta pergunta, mas, e daí? Nada aconteceu desde então. Cento e cinquenta dias se passaram e não ouvi (posso estar enganado) de nenhum projeto para a evangelização, para ação social, para preparo de obreiros, nada. Tudo na mesma. As cidades clamando por socorro e pouco a Igreja pode fazer a respeito. A Copa das Confederações passou e não ouvi de nenhum projeto de envergadura para atingir os inúmeros estrangeiros que nos visitaram. A Copa vem aí. Quantos jovens estão sendo capacitados na língua inglesa para fazer frente ao desafio?
Diversos fatos me trazem a este assunto. Sou um observador perspicaz. Encontrei, por exemplo, Nina*, cujo Deus é a academia de ginástica. Gasta seu suado salário em suplementos, busca saúde e superação. O que temos de dizer a ela? Digam, vocês, meus dez leitores. Já Jonas* está preocupado em engajar-se numa organização social que lhe permita ajudar a quem precisa. No momento, está reunindo doações para implementar algo sustentável no Sertão nordestino. Sertão este, diga-se, esquecido pela UMADENE e pela CGADB. Algumas pessoas não gostam quando faço esse tipo de questionamento e eu gostaria de dizer que miro a organização, não as pessoas que fazem parte dela. A questão é que há inúmeras pessoas neste exato momento que precisam de uma direção!
É hora de esquecer as eleições, os cargos já estão definidos, agora só no próximo pleito. Mas as ruas, que estão protestando contra a inação política (não a partidária) de nossa Nação, de um modo oblíquo, estão apontando suas baterias para nós. Como Igreja não podemos nos omitir ao clamor de nosso povo. Se não podemos – nem devemos! – governar, temos um evangelho para anunciar a todo homem em todo o tempo. Aonde estão as reuniões com presidentes estaduais para uma nova Década da Colheita? Deem o nome que quiser, a questão não é a sigla, mas a ação! O que tem sido feito, de prático, para colar os pedaços de nossas Convenções em todo o País? De que maneira nossa Convenção Geral tem procurado unir nossas igrejas? Aonde estão os mutirões de oração e jejum? Que passos tem sido dados em direção à uma governança corporativa exemplar? Quando a gestão financeira será transparente, para que não fiquemos ao sabor de rumores aqui e acolá, que nivelam todos por baixo? São perguntas para as quais não temos respostas.
As poucas iniciativas são oriundas do empreendimento particular. Se alguns visionários fossem depender de planejamento estratégico estariam dando voltas ao redor de sua cadeira, prostrados diante da ação maligna do Diabo, ceifando vidas e tirando a paz das famílias. Este é um mês excelente para pensarmos no assunto, pois comemoramos a Reforma Protestante. Comemoramos? Não! Um ou outro mais açodado cria um evento alusivo ao assunto. No mais das vezes passa em branco. A pretensão de ser a Igreja da história atrapalha nossa própria visão do que é histórico.
E aí? Vamos esperar por protestos entre nossos membros, para fazer algo a respeito? Respondam-me vocês!
*nomes fictícios
São excelentes perguntas, meu caro Daladier Lima. Quem sabe a sensibilidade dos que dirigem a CGADB seja tocada e a instituição tome o rumo que você e a grande maioria dos convencionais preconizamos. Tenho fé. Mas sou incrédulo. Entenda o paradoxo.
Abraços!
Daladier,
creio que a visão e empenho das “Ninas” e tantos “Ninos” ocupam não somente o campo secular gentílico da questão.
Não generalizando mas estas e estes, abarrotam igrejas e se destacam nas hierarquias das mesmas com exercícios de pura falácia,energizados com suplementos viciosos do poder, omissão e destrato, cuja saúde e superação é senão bloquear, dificultar e as vezes, dependendo do estado de humor atado ao I.M.C. (índice de massa corpórea)não servir ou pouco servir os tantos Jonas espalhados e engajados pelos rincões do Brasil.
Luta pelo e para poder de mando.
Luta pelo e para o poder:
De não lavar os pés uns dos outros.