Males do crescimento numérico evangélico – Parte I
Como queria ter tempo para dialogar com vocês, dez leitores, sobre os resultados do Censo!? Ah! Ok, mas não vamos falar sobre isso? Esta não é a chamada do título do post? Claro, claro. Enquanto alguns fanfarrões estão soltando rojões (rimou!), afinal agora comemoramos as coisas assim, cá, neste cantinho de amargura – como disse um leitor raivoso – dedico-me ao sub-produto mais realista.
Falemos de crise de vocações. Lembram aquele mal que acomete a Igreja Católica? A Igreja de São Pedro tem as dioceses, com rebanhos minguantes é verdade, mas não tem padres!? Um fenômeno semelhante está se abatendo sobre nós, com repercussão nos níveis hierárquicos menores, inclusive. Esse post é sintético, mas verdadeiro e espelha a realidade de muitas congregações do Brasil. Olha que estou em contato com irmãos do País todo.
Primeiro, nós criamos vários departamentos. Já falei sobre isso aqui. Conflito de interesses, sobreposição de agendas e objetivos, cultos engessados, organograma denso e verticalizado. Depois colocamos pessoas nestes cargos, as empoderamos e achamos que ficariam lá para sempre. Com os conflitos típicos do dia-a-dia, já não há pessoas querendo ocupar os cargos!?
Mas essa é só uma face do problema. Dialogo com obreiros que não querem uma congregação para dirigir. Alegam que o povo é trabalhoso, que não querem esquentar a cabeça criando atrativos e outros pontuam: Só converso a respeito por uma boa compensação financeira. No interior de um dos estados do Nordeste, pastores mais velhos e cansados, estão entregando campos nas mãos de outrem, estabelecendo um percentual para ficarem à margem do problema, enquanto um obreiro mais novo arranca os tocos.
Aqui, nas congregações que auxiliamos, falta professor de EBD! Crentes antigos, experimentados, que já exerceram o cargo outrora, não o querem mais ou para uma nova empreitada. Resultado: temos alunos de sobra e docentes em falta. Não me venha falar de oração – mesmo que eu entenda que o recurso nunca é demais – temos orado, orado e orado, convidado, convidado e convidado, e a negativa denuncia o problema. Recentemente, nosso departamento jovem ficou sem dirigente por três meses. E sem vice! Convidei mais de dez pessoas diferentes para o cargo. Ninguém quis o peso!
Não nos enganemos. A que grande parte dos classificados como evangélicos sem igreja devem seu crescimento? À falta de pastores verdadeiros. Crise, portanto, de vocações. Quem diria? Não gostaria de generalizar, mas a perdurar a tendência dos últimos anos, teremos grandes organogramas, com imensas lacunas.
Os líderes de hoje, estão recuando, em virtude de ter como espelho o descaso que é dado a homens que se esforçam na obra por amor e hoje estão esquecidos pelos que entram e só tem uma visão “EGO”, “TER”, migalhas para alguns e nada para outros. Com um salário mínimo , com esposa e filhos, escalados trê vezes na semana, em extremos, esse obreiro não pode falar em ajuda que é excluído. É justo isto?. No bom sentido, como é dividido o bolo no meio da liderança evangélica? Precisamos repensar os velhos conceitos. A CGADB, qual seria real papel? Pr. José Santana