As lições que aprendi com as eleições da CGADB!
No próximo domingo teremos a eleição para os cargos mais elevados da denominação assembleiana na CGADB. A campanha vai chegando ao fim. É uma data memorável. Assim como todos os dias, faremos História, nunca mais se repete. A questão é que tipo de História? Hitler também fez História, Daladier* e Chamberlain, Churchill, Roosevelt. E todos passaram à História. Uns como crápulas, outros como estadistas. O que determina a diferença? Sua atuação na… História.
Durante esses últimos dias me inseriram em alguns grupos do WhatsApp para o debate das candidaturas. Conheci e interagi com muitas pessoas, a tecnologia nos aproximou. Pude, assim, antecipar alguns lances aqui para nossos 150 leitores, reles mortais. Todos eram líderes. Boa parte dos participantes desses grupos eram pessoas de bem, apaixonados talvez, mas de bem. Outros são seres repugnantes, norteados pela política tradicional, estavam apenas pensando em si mesmos ou nas vantagens que teriam com este ou aquele eleito.
Eu costumo aprender com tudo à minha volta. Cada gesto para mim tem o significado de uma partida de xadrez. Não me engano muito fácil com certos interesses. Analiso os prós e os contras, quase sempre minhas hipóteses se confirmam. Ainda que no mundo virtual não vejamos os interlocutores é possível imaginar suas motivações. E algumas delas são tão perigosas e despidas de ingenuidade, quanto participar das decisões da Câmara dos Deputados ou do Senado.
Gostaria de compartilhar com vocês algumas coisas que aprendi:
A denominação está doente, muito doente. Há poucos lugares onde não se respira poder. A atmosfera carregada de cargos e impostação busca mimetizar os problemas e dissimular as soluções. Boa parte das pessoas com quem interagi ou demonstra ou sente exatamente isso: a necessidade doentia de se projetar uns sobre os outros. Se lermos o livro de Atos, especialmente, seus primeiros capítulos fica mais evidente o distanciamento.
Parte da doença se revela numa crônica incapacidade para reconhecer os vícios do processo que ora termina. Para boa parte dos interlocutores inscrever, por exemplo, mortos e desligados de uma convenção é um problema menor. Creio que a própria SCYTL, que é a empresa que operacionaliza os votos eletrônicos, deve ter ficado surpresa com isso. É algo inimaginável nas diversas eleições de órgãos de classe das quais ela participou. Uma das frases mais ouvidas, caberia nas piores e mais manipuladas eleições brasileiras: “O mais importante é ganhar as eleições!”.
Não à toa grande parte das pessoas com as quais conversei acha natural os currais eleitorais. Aqueles votos carreados através da pressão por cargos, dinheiro e espaço. Se é o líder maior que manda votar, o que há de ser a história do candidato? E se ele é o candidato acabou todo raciocínio! Não acho que é assim que se fazem as transformações que precisamos. Boa parte dessas pessoas beira à acefalia, seja por autopreservação, seja por aproveitamento barato ou indolência, a maioria quer mesmo é que o pleito passe para poder viver a vida em paz. Esquecem que embora a denominação não dependa da convenção para sobreviver, as decisões desta última vão influenciar ou não diversas ações ao longo do tempo. Temos falado aqui sobre as inúmeras oportunidades perdidas pela CGADB que temos, apática e desconectada da realidade.
Outra parte da doença deve-se à utilização forçada de textos para validar esse ou aquele procedimento, esta ou aquela candidatura. Um diz que uma profecia levou determinado líder ao cargo em que se encontra, outro apresenta os documentos que provariam a rasteira daquela mesma pessoa para se instalar naquele cargo. Foi a profecia ou sagacidade? Vai saber! Muitos não percebem que Deus se ausentou da CGADB há muito tempo, vai deixando fluir na mãos dos homens. Isso já aconteceu diversas vezes na História, que o digam Israel e a Igreja Católica.
Uns oram por seu candidato e vibram quando uma liminar favorável aparece. Outro vibra quando a liminar é contrária e ambos juram que Deus está respondendo à sua oração. Qual delas Deus deveria responder? É como orar para ganhar na Loteria. O que vocês acham da colocação abaixo:
Desconte-se, obviamente, a responsabilidade do candidato e poderia ser quaisquer dos oponentes. Mas a parte pior da interpretação é quando atribuem eventuais desventuras a alguma trama infernal. O Diabo estaria instrumentalizando este ou aquele advogado? Estaria influenciando um juiz? Forjando provas? É terrível. Mesquinhez teológica nível hard. A demonização do outro correu solta.
Aliás, por falar no Diabo, nunca se utilizou tanto sua filha: a mentira. E nunca vi gente mentir com tanta desfaçatez. Mentiras as vivo e em cores, aos borbotões nos grupos. Abominável entre as instituições mundanas. Deplorável entre nós.
Muitos interlocutores não conseguem distinguir entre o que é igreja, denominação ou convenção. E tratam cada coisa como se uma fosse indispensável à outra. Evidentemente, se a denominação deixasse de existir, nada ocorreria à igreja, universal e invisível assembleia dos santos. O mesmo se podendo dizer da convenção. Pasmem os leitores, para muitos inebriados até mesmo a convenção veio primeiro. No princípio era a Convenção e disse Deus: “Haja a igreja!”;
Não há a mínima preocupação com planos e projetos para a denominação no Brasil. Discuti sobre eles com pouquíssimas pessoas. A maioria só pensa em quem está na cadeira ou quem deve sentar lá. Os projetos podem ser mirabolantes, inexequíveis, faraônicos. Isso é mero detalhe para encher PDFs de candidatos. Muitos nem sequer apresentam propostas. E as apresentadas não são lidas, nem analisadas. O argumento mais forte é o da amizade ou da indicação. Aí voltamos ao item 3.
Lamentável e trágico. Uma denominação que precisa de propostas ficar refém do fanatismo e da ignorância. Que não me tomem de forma generalizada. Há sim, pessoas preocupadas com as propostas, mas conta-se nos dedos. Outros estão preocupados com propostas que jamais sairão do papel.
Não há estatura espiritual para resolver nossos conflitos. Ficou evidente, mais uma vez, a completa ausência de habilidade para resolver nossos grandes problemas. Creio que o pior legado da atual administração é esse nanismo estrutural, que espiritualiza qualquer ponderação contrária. Não raro li ou ouvi: “É o Diabo!”, “São os Datã, os Corés, os Abirões!”. Já fiz essa pergunta aqui noutro contexto:
“Será que a liderança da CGADB seria capaz de mediar o antigo conflito entre os Ferraz e os Novaes no interior de Pernambuco?”
A responda é não. Não, mesmo!
Evidentemente, há muitos outros ensinos para quem quer aprender. O que dizer, por exemplo, da utilização da última geração da tecnologia com práticas dos séculos passados? É, meus leitores, não se mudam as pessoas por decreto.
Oremos por nossa amada denominação!
* Primeiro ministro francês
Meu prezado Pastor Daladier graça e paz! venho acompanhando as varias noticias da nossa denominação e não vi atá agora uma leitura dos fatos tão coerente como a sua. Acredito que as Ads no Brasil em muitos lugares já virou uma casa de “lupanar”. Que Deus tenha misericórdia de nós.
Pr. Claudio H.
Desejo que os dois concorra mas sem brigas, sem manipulações, sem disputas jurídicas. Que vença que tem propostas e convença o pastor assembleiano das melhorias. O problema que esta tudo sendo feito de forma errada, suja e sem moral. Não defendo A, B ou C. Apenas acho que se começar limpo, termina limpo e bom pra todos.
Excelente reflexão, caro pastor Daladier Lima. Esse texto resumiu muito bem tudo o que se viu nos nossos arraiais nesses últimos meses e dias. Uno-me ao senhor e às suas palavras finais aqui: “… não se mudam as pessoas por decreto. Oremos por nossa amada denominação!”. (Vou compartilhar)
Ao meu singelo modo de ver, muitos líderes assembleianos estão se sentindo donos da igreja. Isso, desde os pastores presidentes de campo, de convenções regionais, estaduais e gerais. Se extirparsse os “Bezerras”, os “Câmeras”, os “Ferreiras” (CONAMAD) de quaisquer cargos de liderança, já seria um bom começo. Conclusão: só um milagre para isso acontecer!
Queridos amigos e colegas pastores da Assembleia de Deus no Brasil, nós estamos vivendo um momento muito difícil por tudo que está acontecendo. Em Qualquer que seja As convenções, precisamos de intervenção Divina. claro que como foi dito pelo amado colega que fez as publicações no seu site, podemos ver que existem muitas coisas para serem reconstruída, organizadas e refeitas. Precisamos tomar uma decisão, temos que tomar uma decisão, cada pastor do Brasil precisa tomar uma decisão e precisa analisar tudo precisa ver exatamente como está a situação da igreja no geral, e ver até que ponto vale a pena nós continuarmos como estamos. Ou nos mudamos, ou prosseguimos como está (VALE APENA). O certo é que é inadimissível que a igreja do Senhor Jesus continue da forma que está. Forte abraço para todos e que Deus possa nos abençoar.