Só no último dia de vida (a sexta-feira começava na noite de quinta-feira), Jesus orou três vezes: no Cenáculo, no Getsêmani e no Calvário. Na sala ampla e mobiliada, ele orou pelos discípulos e por aqueles que creriam nele (Jo 17.20). No Getsêmani, Jesus orou por ele mesmo: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice” (Mt 26.39). Na cruz, das sete palavras ali proferidas, três foram orações: a primeira, em favor daqueles que o crucificavam (“Pai, perdoa-lhes”); as outras duas, em favor dele mesmo (“Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” e “Pai, nas tuas mãos entrego meu Espírito!”).
Além das orações feitas na cruz, o Evangelho de Lucas menciona a vida de oração de Jesus em cinco passagens:
5.16 — Mas Jesus retirava-se para lugares solitários e orava.
6.12 — Num daqueles dias, Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.
9.18 — Certa vez Jesus estava orando em particular, e com ele estavam os seus discípulos.
9.28 — Aproximadamente oito dias depois de dizer essas coisas, Jesus tomou consigo a Pedro, João e Tiago e subiu a um monte para orar.
11.1 — Certo dia Jesus estava orando em um determinado lugar.
A esta lista, deve-se acrescentar a passagem de Marcos 1.35: “De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar deserto, onde ficou orando”.
Não se diz que Jesus orava naqueles horários rígidos de oração, pela manhã, ao meio-dia e à tarde (Sl 55.17; Dn 6.10). Ele orava mais durante a noite do que durante o dia, mais nas montanhas do que em outro lugar. Uma coisa é certa: as orações do Senhor não eram rotineiras e cheias de vãs repetições.
Influenciado pela vida de oração de Jesus, um dos discípulos lhe disse: “Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou os discípulos dele” (Lc 11.1). Foi nessa ocasião que Jesus ofereceu o modelo universal da oração dominical e discorreu sobre a perseverança na oração e sobre a boa vontade de Deus em nos ouvir e responder (Lc 11.2-13).
Há uma relação das orações de Jesus com os acontecimentos anteriores ou posteriores que o envolviam, como se pode ver nos textos que as seguem ou antecedem.
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