Pronto, meus leitores! Agora a Igreja Presbiteriana já pode ser chamada, oficialmente, de contraditória. Não é de bom alvitre meter a colher na casa alheia, minha preocupação é exclusivamente teo[lógica]. Os amados amigos presbiterianos não se ressintam. O foco do blog é o condomínio evangélico, então… para o bem ou para o mal vocês estão na alça de mira.
Mas o que aconteceu? Entre os dias 22 e 28 de julho aconteceu o Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), onde os líderes da denominação decidiram diversos assuntos, entre eles a proibição de pregações feitas por mulheres. Pregação? Sim, sim! Os termos são os seguintes:
- As mulheres presbiterianas não podem assomar ao púlpito;
- Não podem pregar, exceto, sob supervisão de um pastor;
- Mulheres ordenadas de outras denominações não podem pregar no púlpito presbiteriano.
Vocês sabem que chamamos as coisas aqui pelo nome. E isso é uma contradição das incríveis. Ou calamos mulheres de vez ou liberamos! Liberar sob rédeas é um arremedo com a Palavra de Deus. O que diz o texto de I Coríntios 14:34-36 e I Timóteo 2:11,12, tão bem evocado pelos “baluartes” das Escrituras no evento? “Estejam caladas!” Lá não está escrito: “Estejam caladas se não houver quem pregue!”, “Ensinem, se não houver quem ensine!”.
Esse tipo de argumento casuísta e conveniente costuma não se sustentar a longo prazo e é semelhante ao de muitos líderes de outras denominações, assembleianos, inclusos. Nem calam, nem permitem, e elas continuam… pregando. A propósito: Ensinar às crianças na EBD ou algo do tipo na IPB, pode? Quem liberou? O Catecismo Maior permitiu que mulheres ensinem aos jovens? Sob os auspícios de que texto bíblico? E testemunho pessoal, de missões que a IPB financia, inclusive, pode? E agradecimentos em cultos de ação e graças ou algo do tipo, pode?
Por fim, percebo, salvo engano, que não foi proibido às mulheres serem enviadas como missionárias. Assim elas irão, pregarão, ensinarão, batizarão, construirão igrejas, ungirão enfermos, servirão a Ceia, farão casamentos e até, quem sabe?, levantarão obreiros para o trabalho.
Se a intenção era impedir a itinerância feminina, que se alastrou no rastro dos homens, diga-se, seria mais fácil decretar: só quem prega somos nós, os pastores. Ponto final!
Chega! Fui tomar meu Rivotril e ouvir algumas cantoras presbiterianas, antes que criem a reserva de mercado no canto ou o Catecismo Maior esqueceu de discorrer sobre isso também? No NT elas nunca foram liberadas para cantar no púlpito!
A suprema ironia da IPB é que o primeiro pastor evangélico em solo brasileiro foi ganho por uma missionária. O reverendo Manuel da Conceição, outrora padre, foi convencido ao Evangelho pelas diligentes palavras de Elizabeth Simonton, irmã do fundador do trabalho em terras tupiniquins. Se ela se cala!?
Sempre se superam!
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