Era um jovem líder talento
Talvez, belo, gracioso, inteligente
Talvez, pobre, infeliz, indigente
Em busca de discernimento
Seria pastor de alguma igreja?
Um simples membro a ouvir?
Sem saber o que estava por vir
As horas passam, ele pestaneja
De sua biografia ínfima, escassa
Rescende o amor entre os seus
Bem mais certo o de Deus
O exemplo fica, a vida passa
Gostava de ouvir a pregação
Fé, profundidade, esperança
Para a prova, luta ou bonança
Vagarosa caiu a escuridão
Aos outros não parecera bom lugar
Quando exortado de ombros deu
Que diferença faz Deus meu?
À janela não seria bom ficar?
E ali, olhando a ensolarada paisagem
Ouviu a prédica, que estendida
Entrou noite adentro, pré-partida
A noite engolia o sol qual miragem
E ele sentado na janela ouvia
O murmúrio do vento em canção
Inebriada alma, desviada atenção
Da janela toda cor desaparecia
A janela era pura comodidade
Olhava a rua, ouvia o discurso
O passar das horas, o dia decurso
Dividido entre a vida e a verdade
Não gostava dos bancos, duros demais
Não queria paredes, cansado estava
O cuidado, a ansiedade, a alma arfava
Quantos minutos, quanto tempo mais?
O corpo cansado dava sinais de fraqueza
Os ombros doíam, os joelhos latejavam
A boca bocejava, os olhos fechavam
Mas a conveniência escondia a tristeza
Com a demora da prédica, dormiu
Um som abafado e surdo se ouviu
A janela vazia entregou, denunciou
O jovem ouvinte adormeceu e caiu
Correm os demais líderes a socorrer
Eram tempos difíceis, temeram
Que faremos? Outrora nos acusaram
Da altura que caíra, viria a morrer
Como a gélida noite, jazia ser corpo
Os demais o socorrem nisto
Bem que tinham avisado do risco
O irmão desatento da janela morto
Não temas! Ouvem o primeiro a dizer
Não está morto, a alma nele está
Era só um consolo, um deixa pra lá
De fato, o jovem Êutico viera a morrer
Mas Deus o ressuscitou de imediato
Para mostrar seu amor, seu poder
Fez a vida voltar, após ele morrer
É também o escrito, não há outro fato
E Êutico que da janela gostava demais
Aprendeu a lição, a atenção concentrou
Não mais numa delas dormitou
Assentar na janela? Nunca, jamais!
Como Êutico hoje em dia muitos estão
Até que Deus lhes fale como hoje aqui
Ouça! Quem tem ouvidos para ouvir
Não há vitória na janela da indecisão!