A estranha disputa da CGADB e mais algumas coisas
Prezados 100 leitores, prometi para mim mesmo que não tocaria mais nesse assunto. Mas começam a chegar os informes e eu não sei me omitir. Como o blog é crítico, de Norte a Sul alguns pastores e membros nos enviam informações. Obviamente não vou declinar nomes. Tentarei ser sucinto e tocar nos pontos mais centrais do assunto.
A eleição
Vocês sabem que haverá uma eleição no agora não tão distante 09 de abril de 2017. Será on-line e para votar o ministro (só votam evangelistas e pastores) deverá desembolsar R$ 50,00.
A coisa já começa estupefaciente… Pensemos: se um ministro está em dias com a anuidade, que supostamente banca eventos como… eleições, que são realizadas de quatro em quatro anos, por que pagar mais R$ 50,00? Converso com muitos que afirmam, não sei se vão cumprir, que não vão pagar, nem votar. Você pode pensar que é indiferença. Não, é apatia!
Os candidatos
Há três candidatos: Pr. José Wellington Júnior, filho do atual presidente, Pr. Samuel Câmara, presidente de uma das Convenções paraenses e Pr. Cícero Aparecido Tardim. Não conheço este último, não tem perfil no Facebook, o que dificultará divulgar seus projetos para a entidade. Penso que ele larga prejudicado. O Pr. José Wellington Júnior ventilou sua candidatura desde 2014! E Pr. Samuel é o eterno candidato de oposição.
Aqui está o segundo problema. Temos uma associação de pastores com mais de 50.000 filiados em todo o Brasil e há apenas dois candidatos plausíveis. Ora, ora, tantos nomes há e ninguém se habilita? Sem contar que um dos candidatos é mera continuidade do presidente atual, pois seu filho é. Sua única vantagem é continuar um legado que já se exauriu.
Por que não há muitos candidatos à presidência?
Vou logo me explicando. Para fazer campanha é preciso dinheiro, muito dinheiro. Quando você tem a estrutura de uma Convenção ou igreja à disposição fica mais fácil. Eu não tenho. Nem tenho dinheiro para bancar viagens pelo Brasil, produção de material de campanha, etc. Então, assim como eu, boa parte dos convencionais simplesmente desiste nesta primeira ponderação.
A segunda razão é que ainda que seja ilegal pelas regras vigentes (às favas com a regras! Rsrs!) haver chapas, elas existem e influenciam os votos. Uma vez definidas e pactuadas as regras se fazem Lei entre os convencionais. Mas a tênue linha entre legalidade e moralidade se torna poeira com a perspectiva do poder. A bem da verdade a legalidade de uma eleição deste tipo poderia ser questionada num tribunal por qualquer convencional!
A terceira razão é que impera o voto de cabresto nas Convenções. Quem manifesta voto contrário ao que está posto é tido como desobediente, discípulo de Coré, filho de Abirão e por aí vai. É o voto de cabresto tão combatido na política secular, mas plenamente vigente nas ADs. Pasmem os senhores, quando se trata de manutenção de poder até pastores inimigos fazem as pazes. Vimos isto, recentemente, em fotos que circularam nas redes sociais. Para piorar aqui no Nordeste temos a UMADENE que “asfixia” candidaturas fora da indicação dos presidentes. Eles se reúnem e apresentam seus nomes. Ai de quem “correr por fora”. Corre-se o risco de perder igreja, prebenda e tudo o mais.
A quarta razão da apatia é que uma vez eleito o poder do presidente é como o da rainha da Inglaterra. Quem manda nas ADs são os presidentes. A maioria amparada na vitaliciedade, disfarçada imoral e ilegalmente de mandato com tempo indeterminado, faz e acontece e a CGADB se omite, mantendo a política da boa vizinhança. Tomemos as invasões de campo. Ainda esta semana uma Convenção do Distrito Federal vai abrir uma igreja aqui em Camaragibe/PE, Região Metropolitana de Recife. Nada é feito contra essa prática embora sua punição esteja prevista no Estatuto da CGADB (às favas com o estatuto!) .
Então, ficamos assim. O presidente eleito não manda em nada, no máximo, dá uma palhinha nos rumos da CPAD, a editora assembleiana que repassa um percentual do lucro para a CGADB. E mais nada. Desvios doutrinários são tolerados, brigas ministeriais ignoradas, diretrizes abandonadas. É o cada um por si e Deus por todos.
Quais são os projetos?
Aqui temos o terceiro problema. E ele é crítico. Quais são os projetos dos candidatos? A comissão eleitoral criou um site para abrigar as informações sobre as eleições. Mas, até hoje (05/11 11:00h), não há nada a respeito por lá. Ora se a eleição é online e se presume que haverá uma participação mais efetiva este tópico já deveria ter sido abordado, para que o eleitor fizesse seu juízo de valor. Obviamente, isto deveria ser feito em condições isonômicas, para que todos os candidatos (no caso os três) pudessem expor suas propostas. Ademais, além de promessas vagas, as propostas dão um norte ao processo.
Conheço algumas das propostas do Pr. Samuel Câmara. De… 2012! As de 2017 já deveriam ter sido anunciadas. Do Pr. José Wellington e do Pr. Cícero Tardim nada! Claro, claro, algumas delas já devem ter sido reveladas aos presidentes. Sempre há um jeitinho ad hoc de cientificá-los, com prejuízo dos demais convencionais que, via de regra, servem apenas para dar os votos, de maneira utilitarista e aética.
Eu lamento que o processo se encaminhe desta forma porque a Assembleia de Deus é tão valorosa, cheia de pessoas gigantes, que vivem à mercê de políticas institucionais ultrapassadas. Além do mais temos desafios enormes que não foram sequer aventados. Eles podem esperar, o projeto de poder tem prioridade.
Que Deus nos ajude!
Site das eleições CGADB aqui.
A AD RECIFE PE NA SUA RECENTE EBO , NÃO TEVE O ESTANDE DA CPAD , ADOTOU SUAS PROPRIAS REVISTAS DE ESCOLA DOMINICAL, NÃO RECONHECE A CONSAGRAÇĀO DE OBREIROS VINDOS DA COMADALPE , BRIGAS E MAIS BRIGAS , ABRINDO BRECHA PARA CEADIFF E OUTRAS CONVENCOES QUE INVADIRÃO PERNAMBUCO.
Tenho acompanhado suas reflexões. Suas postagens tem contribuido muito para a maturidade assembleana.
Postagem rica e esclarecedora.
Nada vai mudar, hoje não há de surgir nenhum profeta com o azorrague nas mãos para botar pra correr o clero nepotista assebleiano. No nordeste estão os pastores mais “comservadores” que desembolsaram o quanto puderem para não entrarem no grupo dos rebeldes sem causa. Eu não consigo diferenciar essa briga pela presidência da CGADB com a disputa pela presidência da câmara dos Senadores/Deputados, nem pela guerra que os bispos romanos instalavam pelo papado. É a mesma obscura política da barganha e interesses pessoais. Ainda bem que Jesus está distante desse joguinho do Tom e Jerry Assembleia no, enquanto isso, do lado de cá, as ovelhas sofrem por verem seus representantes de convenções, bicudos sem se beijarem, pousando apenas para fotos, enganando a si mesmo, numa insanidade deprimente, pois eles pensam que as ovelhas nada sabem. Parabéns pela crítica com coesão e pés no chão, meu querido pastor. Ainda bem que Igarassu não aparece no mapa, do contrário, eles lhe localizaria, e, antes do plebiscito você seria excomungado das Assembleias de Deus, por trazer a verdade as claras.
É A CAMPANHA DO MILHÃO CONTRA O TOSTÃO!
SOMA-SE À ISTO O FATO DE SER A ELEIÇÃO EM SÃO PAULO, REDUTO DO CHEFÃO, ADVINHA QUEM VAI GANHAR?
Dados sobre o pr. Cícero Aparecido Tardim: http://www.jmnoticia.com.br/2016/11/04/pastor-cicero-tardim-registra-candidatura-a-presidencia-da-cgadb/