Prezados, 200 leitores, cá vou eu para um post mais ácido. É que reflito sobre os mais variados eventos Brasil afora. E há muitos deles por aí, não é? No meu perfil do Facebook temos leitores de todas as partes do Brasil e as marcações e divulgações de eventos correm soltas. Vigilhões, encontrões, palestras, congressos, estudos, debates, temos de tudo. Nada contra os eventos em si, desde que, eventualmente, sirvam a um propósito. Não podemos promover eventos apenas para encher a timeline denominacional ou a programação televisiva. Apenas para mostrar que estamos em marcha.
O problema piora quando promovemos o evento e chamamos uma estrela gospel. Foco nos preletores. Aqui e acolá ouço de vultuosas quantias, de exigências absurdas, como se os preletores e preletoras fossem astros da música mundana, dos pedidos fora de contexto e dos esforços dos pastores anfitriões para atendê-los. Ora, ora, não muito tempo atrás nas igrejas brasileiras as pessoas pregavam por amizade, por afinidade doutrinária e há casos de pura, como direi?, coincidência. O Espírito Santo convida o pregador e lá o milagre acontece!
Em tempos de escassez financeira satisfazer com R$ 20.000,00 ou R$ 30.000,00 de ofertas suadas um pregador/a que vem trazer certas novidades teológicas, não me parece uma boa ideia. Aliás, se as tais novidades cheiram a fraude bíblica nem de graça deveriam ser pregadas em Igreja alguma. Virou moda pavonear-se em 30 minutos da pregação: ex-bruxo, ex-traficante, ex-prostituta, ex-gay, ex-lésbica, ex-pobre, ex-cadáver… Um show de horrores. Nada contra quem saiu de uma vida desregrada, tudo contra que usa isso para negociar a Palavra com seu testemunho!
Pra piorar a situação alguns exemplares deste novo naipe tem uma conduta moral duvidosa. É o caso, por exemplo, de pregadores e pregadoras com histórico de casos extraconjugais, bebedeira, trejeitos de outro sexo e outras coisas mais. E tudo isso se agrava com as exigências que sobrecarregam a Igreja.
Em II Coríntios 2:17 Paulo fala dos fraudadores da Palavra de Deus. Ele utiliza um termo grego que ocorre uma única vez em todo o Novo Testamento: kapêleuontes. A palavra se aplica aos comerciantes de vinho que, para aumentar o lucro, adulteravam o produto, completando suas garrafas com água.
Este carrossel só funciona com a anuência dos líderes. Uma vez fechada a fonte de financiamento a palhaçada acaba. É a história da demanda e da procura. Por que há tantos falsificadores da fé? Porque há quem compre as bizarrices! Há quem engane suas congregações com vinho adulterado. Há quem queira satisfazer seus liderados trazendo um grande cantor ou pregador para sua congregação.
Num determinado evento convidaríamos um amigo cantor famoso. Ele nos cobrou, por baixo, R$ 15.000,00, fora traslado e hospedagem. Ficamos sem a atração e investimos o valor em nosso sistema de som!
Simples assim!