Deus é Senhor. Senhor absoluto de todas as áreas de nossa vida (Salmos 37:5). Oops! Nem tanto assim. Por vezes queremos tomar-lhe as rédeas. É o que acontece no culto. Louvo a organização de algumas igrejas, onde se sabe por antecedência, quem irá pregar e cantar, inclusive a escolha de hinos e temas. Até mesmo nossa lição da EBD traz os hinos que deveriam ser cantados nesta reunião. Quantas vezes em nossos cultos há uma programação que determina quem vai cantar ou pregar. Isto revela organização, mas…
A questão é que não poucas vezes o dirigente segue uma tendência diferente e escolhe hinos mais vibrantes e adequados, o pregador andou meio relaxado ou aconteceu algo que o abale emocionalmente e não pode se preparar o bastante, enfim, são as contingências da vida que nos afetam. Não era aquele irmão o mais adequado para o louvor e ele desafina e tira a atenção de todos. Ou o pregador não tinha mensagem. Era um Aimaás do século XXI, corre, corre e não tem o que dizer diante da audiência. E aí o culto muda…
Mas há outras razões pelas quais o culto muda. Influência de uma determinada pessoa sobre o dirigente, por exemplo. Dirigentes que dão oportunidade para agradar ou desagradar e matar na unha um desafeto. Para satisfazer o ego, para experimentar o rumo do trabalho, mesmo sem a direção do Espírito Santo. O tempo excessivo dado ao louvor. A falta de exposição bíblica. O uso da Bíblia como carapuça ou mensagem de encomenda.
Conheci um obreiro que dava oportunidade à sua filha, mesmo a coitada não tendo nenhum dote a la Aline Barros. Ela ficava triste quando não cantava. Outro que empurrava seu filho e a igreja tinha que aguentar quarenta minutos de uma mistura de teatro e gabolice. Uma alfafa seca que as ovelhas ruminavam de cair os dentes e não dava pra engolir… Rsrsrs!
Há alguns anos dirigia um culto quando a maestrina do coral me chamou de lado. Era um domingo, o culto estava uma benção, animado e cheio de unção. Saí preocupado para atendê-la. De cara feia ela disse: “O senhor vai dar mais uma oportunidade ao coral ou não?”, Respondi: “Vamos ver o andamento do culto…”. Ela retrucou: “É porque eu percebi que quando o senhor está escalado aqui, só dá uma oportunidade”. Ora, ora, eu só tinha dirigido o culto ali, até então, duas ou três vezes… Como aquela irmã podia inferir que estava discriminando o coral?
Outra vez, noutra congregação, havia um irmão que tinha de cantar. Ou seja, todo culto tinha que dar oportunidade a ele. O tempo vai passando. Ele vem cá na frente e cochicha algo ao dirigente de jovens. Este me repassa: “Olha o irmão está com raiva, porque não teve oportunidade ainda.”. Retruquei: “Meu querido, o púlpito não é lugar de pessoas com raiva…”. Mais alguns minutos e o cantor veio de novo. Baixou o som da igreja, tentando chamar a atenção, me fiz de desentendido. Mais alguns minutos e ele foi embora. Não tinha problema nenhum a princípio em dar-lhe oportunidade, estava só procurando o momento adequado, mas ele era cantor-mor na congregação e o dirigente era refém dele. Pra mim não dá!
A razão pela qual Deus não manda em alguns cultos é muito simples: Não é ele que está sendo cultuado! Lembremos que o culto é dele. Nós somos convidados. Por isso, tudo tem que convergir para sua glória, honra e louvor. O que passa disso é carne ou obra do Maligno.
E aí, em sua Igreja Deus manda no culto? Se é Deus quem manda é fácil descobrir, Ele costuma retribuir seus adoradores com bençãos espirituais no culto onde é adorado. Se o culto se resume a jactância, soberba, ostentação, bravata, conversa mole, prevalência de uns sobre outros, Deus não está sendo adorado e saem todos vazios, mais do que quando entraram… Ao único que é digno de receber a honra, a glória e o louvor seja dada adoração, agora e para todo o sempre!