Doze dicas para refletir ao visitar um enfermo
Com a proliferação das redes sociais e outros problemas faz-se necessário atentar a algumas dicas ao visitar um doente. Leia divirja, critique, comente, compartilhe!
Prezados 300 leitores, vamos com outro assunto complexo e sensível. Mas é essa a proposta do blog: reflexões que nos façam ter massa crítica e pensar sobre assuntos da ordem do dia! Dessa vez vamos falar de algo que tem incomodado diversas pessoas. Eu fui acionado por algumas delas. Noutros casos lemos os comentários e vemos as fotos nas diversas mídias seculares. Enfim, penso ser importante falar sobre ele: É a visita a enfermos e pessoas em geral.
Gary Collins, em seu best seller Aconselhamento Cristão, nos dá dicas preciosas de aconselhamento e visitação a pessoas em situações vulneráveis. Não desejo repetir o livro, mas gostaria de resumir algumas dicas para aqueles que as quiserem colocar em prática, tanto da obra quanto da experiência prática:
- Esteja sempre acompanhado. De preferência por mais de uma pessoa. Visitar uma senhora, cujo marido não é evangélico, por exemplo, dois ou três homens, pode trazer sérias consequências. Muitas vezes nada acontece ali, mas ao saírem os questionamentos poderão ser feitos por um marido ciumento. Então, se vai visitar uma mulher, solteira ou casada, se faça acompanhar da sua própria esposa e, se puder, convide outro casal. Só não esteja acompanhado de uma grande multidão. Geralmente, um doente quer paz e calma e um grupo grande tende a causar barulho;
- Esteja sempre acompanhado de pessoas equilibradas. Isso evita grandes problemas. Instrua a que evitem perguntas sensíveis e julgamentos precipitados. Ainda temos aquele mesmo senso dos discípulos de Jesus: “Quem pecou? Ele ou seus pais?”. Ora, Joel Carlson, grande desbravador assembleiano brasileiro, foi infectado pelo tifo ao batizar um novo membro, vindo a falecer dias depois. Paulo, provavelmente, tinha miopia, num tempo sem óculos era fatal para quem viajava e escrevia tanto quanto ele! Então, grandes provas em termos de enfermidades podem vir a qualquer pessoa, não necessariamente por pecado;
- Se faça acompanhar de pessoas preparadas espiritualmente. Não sabemos o que vamos encontrar numa visita. Ao mesmo tempo que uma doença não necessariamente é pecado, pode, por outro lado, ser possessão demoníaca. Já ouvi relatos de pessoas que foram libertas pelo poder da oração, mas, infelizmente, alguém da comitiva que visitava se tornou possesso em seguida. Outros meninos espirituais acham que tudo é possessão, que todos devem ser curados, não percebem a necessidade de silêncio e calma e tudo desanda. Dias atrás me chegou a informação que em determinado hospital público as visitas feitas por evangélicos estão suspensas. O motivo: Os irmãos faziam muito barulho, incomodando os pacientes ao redor;
- Evite a tentação de pensar que Deus vai curar todas as pessoas por quem você orar. Eu já orei por diversas pessoas e, por misericórdia, elas foram curadas, outras não. Muitas delas faleceram após diversas visitas. Não adianta querermos estar no lugar de Deus. É Ele que faz o milagre. Quando quer! Nosso trabalho é orar e oferecer um ombro amigo, o que passar disso é com o Criador. Nos contentemos com nossa impotência diante dos males do mundo! Jesus disse certa vez a seus discípulos: Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome; e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva (Lucas 4:25,26);
- Alerte ao grupo para que se mantenha focado. É preciso atenção ao doente e à sua condição. Divagar sobre assuntos que não tem nada a ver e até podem ser abordados em outra hora é desnecessário. Alerte também para que o grupo evite beber água ou comer na casa de um enfermo, a menos que isso seja extremamente necessário ou seja oferecido pelos familiares. Evite as conversas paralelas e cantar alto ou de maneira que incomode pessoas não evangélicas que estejam no mesmo ambiente. Oriente a todos para que escolham seus versículos, de forma adequada à visitação e sejam concisos no que vão falar;
- Respeite as regras do hospital. Se a visita for a um hospital, respeite os horários. Ainda que um ministro do evangélico seja, por Lei, autorizado a entrar a qualquer momento num hospital para prestar assistência espiritual a um doente, há horários para ministração de remédios e outros fármacos, nos quais somente as pessoas habilitadas tecnicamente para isso devem estar na sala. Por falar em sala de hospital, há quadros clínicos complexos, nos quais o doente está na UTI e outros lugares mais restritos, nos quais somente uma pessoa pode entrar de cada vez. Não é maldade do corpo médico, é precaução. Então, respeite os profissionais de saúde e as regras do próprio hospital ou clínica;
- Nunca balance um doente ou o faça sentar ou levantar sem permissão médica. Temos um costume mais efusivo ao encontrar alguém querido. Apertamos fortemente suas mãos, o abraçamos, etc. Porém, há casos em que o doente sente dores pelo corpo e esse balanço é extremamente desconfortável. Às vezes, o problema é uma cirurgia numa costela quebrada, uma prótese num dedo da mão, num ombro, e por aí vai. Na dúvida não chacoalhe a pessoa que está sendo visitada, especialmente se ela estiver deitada ou com alguma parte do corpo imóvel;
- Evite perguntas sobre que tipo de doença assola a pessoa visitada. Às vezes a doença é numa região íntima do corpo e a pessoa sente vergonha de falar. Noutros casos são doenças graves e as pessoas estão vivendo o terror de se adequar à nova rotina. É bem simples: Se não ficar claro de início, evite o constrangimento a si mesmo e ao enfermo! Há pessoas inconvenientes que pedem para ver cicatrizes, próteses, feridas, etc. Precisamos entender que muitos preferem não expor tais partes do corpo. Só isso. Sua oração não terá mais ou menos eficácia se você não souber qual a enfermidade que debilita o irmão, então…
- Evite expor a intimidade do lar das pessoas visitadas. Às vezes é aquela foto sem compromisso, mas ao ser publicada foi junto a TV, o computador, os móveis de uma sala ou quarto, criando sério risco de assaltos, etc. Todos os especialistas em segurança recomendam discrição ao expor o interior de uma casa e já há inúmeros casos de ladrões se aproveitando de fotos para arrombar ou furtar residências. Não devemos contribuir para isso! Se for extremamente necessária uma foto procure um ângulo que não exponha objetos de valor. Outro problema é a exposição de uma mobília de menor valor, com poucos e velhos móveis e eletrodomésticos, constrangendo igualmente o doente;
- Foto só com autorização expressa do doente ou da família! É uma regra de ouro. Você vai visitar com tanta boa vontade, leva a juventude, leva alguns amigos, etc. O visitado está debilitado por febres, um diabetes, AIDS ou câncer. Por estar em casa, sem esperar uma visita, às vezes, mal vestido, cabelo por pentear, boca por escovar, sem dentadura, etc. Mas você quer mostrar produção, aí faz aquele selfie (tem gente que já anda com o extensor!) e publica em suas redes sociais*. Não se espante se esta atitude trouxer graves problemas com a família. Então, se não for autorizado, sem forçar a barra, não faça a foto e verifique se pode postar em suas redes sociais. Do contrário, evite! Mesmo que sua intenção seja das melhores possíveis. E não se preocupe que seu pastor ou dirigente não veja, Deus está vendo e dará sua retribuição. Ainda que o doente diga que ninguém o visitou, sua consciência estará tranquila. Por capricho pessoal evito colocar fotos de pessoas visitadas em meu perfil, quaisquer que sejam, nem celular levo para não me sentir tentado. Isso não me diminui diante de Deus ou dos demais;
- Evite sorrir e fazer gracejos. Infelizmente, pessoas vão visitar um doente e se põem a sorrir, tagarelar e contar piadas. Outros ainda transpõem essa reação para as fotografias. É terrível. Pura falta de educação e senso de ridículo. Um quarto de enfermaria ou de uma casa pede sobriedade. Claro que ninguém precisa dar uma de carpideira, mas que algumas fotos transparecem felicidade com a desgraça alheia não tenha dúvidas;
- Se possível leve dinheiro. Lembre da recomendação de Tiago: Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? (Tiago 2:14-16). É de muito mau gosto visitar alguém doente e reconhecidamente necessitado e não ajudar em nada. Mas atenção: se você apenas suspeita que o irmão está necessitado, pergunte a alguém da família. Evite constranger o irmão ao perguntar diante de todos se ele precisa de alguma coisa.
Se a visita se refere a presídios e lugares semelhantes evite entrar nas celas, contato visual (encarar) ou tocar nas pessoas visitadas. Evite também ser portador de cartas** e recados. Bom senso nunca é demais!
* Recebi uma reclamação de uma pessoa de determinada família em que os visitantes fizeram a foto com a senhora que estava sendo visitada de camisola
** Dias desses houve o caso de uma irmã que estava servindo de pombo correio entre um traficante e seus comparsas do lado de fora de determinado presídio. E sem saber. Toda vez que ia visitar trazia uma carta e entregava a alguém, eram instruções de crimes!
pastor estou aguardando uma matéria sua falando sobre a nova convenção CADB que ta varrendo o Brasil, e a cgadb que ate o sait sail do ar
Esses assuntos precisam ser passados para os liderados de uma igreja.
Muitas pessoas recebem a missão de fazer visitas e não sabem dessas informações.
Pura verdade.
Ótimo pastor.
É um assunto muito importante, e que muitos precisam ler e saber, já que sozinhos não tem controle. Triste.
É verdade. São instruções que devemos prestar atenção. Fiz o o curso de Capelania, logo após terminar o de Teologia. É uma área bem interessante.
Vale a pena aprender sobre isso!
Muito sério isso, pessoas despreparadas podem causar muitos danos ao paciente. Penso que seria pertinente se perguntar: E se esse paciente fosse meu familiar, como eu o trataria ao visitá-lo.