Decálogo do teólogo moderno
Prezado teólogo:
1) Dê ênfase à filosofia. Esqueça os chatos livros de teologia sistemática. Afinal, você já sabe tudo aquilo, não é? Por exemplo: O homem é eterno? Quais são os atributos incomunicáveis de Deus? Opte por leituras descoladas. Ao invés de Agostinho, Sócrates. Prefira Platão a Karl Bart.
2) Integre-se aos círculos progressistas engajados de sua cidade. Filie-se a um partido de esquerda. Funde uma ONG. Preocupe-se com as grandes demandas sociais. Torça o nariz para as instituições pró-vida. Alie-se ao ecumenismo. Desenvolva posições liberais. Liberte sua mente!
3) Ignore a homilética e a hermenêutica. Cole nas provas de línguas bíblicas. Pra que exegese?
4) Especialize-se no estudo das proposições calvinistas x arminianas. Leia as obras de Calvino, Jacobus Arminius, Karl Bart, Sproul, Tillich, C. S. Lewis, Louis Berkhof, Kierkegaard, Hodge, Finey, Jonathan Edwards, WhiteField, Stanley Jones, Spurgeon. Seja capaz de recitar pensamentos inteiros dos grandes mestres da teologia.
5) Ignore a ação do Espírito Santo. Mude de calçada ao encontrar alguém que creia no batismo no Espírito Santo. Igrejas pentecostais? Nem em sonho.
6) Não participe de grupos leigos em sua Igreja. Tenha ojeriza à evangelização. Não cultive uma vida de oração, muito menos jejue. Não se preocupe com plantação de igrejas ou projetos missionários. Passe ao largo de pregadores idealistas e visionários.
7) Suspenda o dízimo. Você sabe, era algo para o Velho Testamento. Ofertas, somente quando sobrar. Não contribua com missões mundiais.
8) Fuja dos cultos. Estão todos fora do padrão litúrgico do Novo Testamento. Cultue em casa ou forme seu próprio grupo. Se a coisa der certo, funde sua própria Igreja. Aí você vai poder implementar tudo aquilo no que sempre acreditou.
9) Não perca tempo com devocionais. Biografias? Arghh!
10) Não leia a Bíblia! Somente uns versículos aqui e ali. Dá um tédio…
Em suma: Não leia a Bíblia e ou, não procure se capacitar crescendo na graça e no conhecimento de Cristo Jesus e “te darei todos os reinos e glórias deste mundo”.
Seja de fato um gentílico.
Boa Daladier, hj vivenciamos um pandemônio de pensamentos que a síntese destes é senão intoxicar as disposições coerentes do viver e manifestar cristão.
Bem, não sou teólogo, mas apenas “um leigo”. Mesmo assim gostaria de registrar que “obrigatoriedade do dízimo”, não deve ser defendida por um “teólogo sério”. Minha opinião de “leigo”.
Prezado Berg, como você sabe o texto é uma crítica disfarçada. Embora não haja nada nele que fale sobre a obrigatoriedade do dízimo você levantou uma deixa interessante. Desde quando mesmo ele deixou de ser um compromisso cristão? Desde que o templo de Jerusalém deixou de existir? E como se mantém os demais templos?
Transmito as palavras do mestre Eliezer Lira: Dízimo é o seguinte Deus te dá 100% e te pede 10% de gratidão. Fácil assim!
Primeiro a Bíblia, depois os livros. Este é o título do primeiro capítulo do livro que escrevi: “Só Para Estudantes da Bíblia”. A não ser assim, melhor afirmar-se como “livre pensador”, que, em si mesmo, não existe. Abraços!