Dádiva, Privilégios e Responsabilidades na Nova Aliança
Neste subsídio da Lição 10, sobre a Nova Aliança, vamos explorar mais uma vez sua dádiva, seus privilégios e suas responsabilidades. Vem comigo!
Subsídio para EBD – Lição 10
Prezados 300 leitores, estamos chegando ao fim. Dessa vez vamos com a lição sobre Dádiva, Privilégios e Responsabilidades na Nova Aliança. É uma lição que irá falar sobre direito e deveres do Novo Pacto.
Por uma configuração especial do calendário teremos somente mais duas lições para finalizar o trimestre. Para quem gosta de aprender foi uma excelente aventura. Pudemos rever conceitos antigos e aprender novos. Pudemos aprofundar nossa teologia, crescer na graça e no conhecimento e observar o livro aos Hebreus por uma ângulo distinto. Permaneceram, é verdade algumas lacunas, é impossível a algum escritor esgotar qualquer assunto bíblico. Aliás, é por essas e outras razões que um professor é tão imprescindível à frente da classe, seja ela real ou virtual.
O texto bíblico
O escritor seccionou o texto do capítulo 10, penso que ele não deveria ter feito isso. Mas ao escrever fazemos escolhas, destacando uma ou outra parte.
1 – Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.
2 – Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado.
3 – Nesses sacrifícios, porém, cada ano, se faz comemoração dos pecados,
4 – porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados.
5 – Pelo que, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste;
6 – holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram.
7 – Então, disse: Eis aqui venho (no princípio do livro está escrito de mim), para fazer, ó Deus, a tua vontade.
22 – cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa,
23 – retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu.
24 – E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras,
25 – não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia.
Objetivo geral
Mostrar que a Nova Aliança é uma dádiva divina que traz grandes responsabilidades.
Precisamos compreender que a graça não é uma doação sem exigência. Nós a recebemos não porque a mereçamos, isso não impede que haja um alto preço em troca em termos da responsabilidade de seguir ao Senhor Jesus. Nunca Cristo disse que seria fácil, que não haveriam dificuldades ou que não seria necessário renunciar a alguma coisa.
Objetivos específicos
1) Saber qual a dádiva da Nova Aliança
A salvação perfeita e eficaz operada por Cristo através do seu sangue;
2) Apresentar os privilégios da Nova Aliança
Regeneração com perdão sem ressalvas, adoração no Santo dos Santos, comunhão, por um novo e vivo caminho;
3) Explicar as responsabilidades da Nova Aliança
Ao contrário do que se pensa a Nova Aliança exige um alto patamar de responsabilidades. Devemos orar e vigiar para não cair em tentação, ou decair da própria Graça. Sermos confiantes e perseverantes até o fim.
Introdução
Antes de avançar vocês verão que muitos versículos do Velho Testamento citados na epístola aos Hebreus não correspondem às referências. É o caso do versículo 5. Isto ocorre porque o autor está citando a Septuaginta ou LXX ou versão dos Setenta. Conforme a tradição 72 sábios judeus se reuniram em Alexandria, no Egito, por volta do ano 280 a.C. para traduzir o Velho Testamento do hebraico para o grego. Das 350 citações do Velho Testamento no Novo, cerca de 300 provém diretamente desta versão. Há, inclusive, um livro que esmiúça todas estas citações sendo um ótimo auxílio para quem deseja se aprofundar no assunto.
O estudante mais atento já percebeu que a lição deste domingo repete os conceitos de algumas lições passadas. Coisas como um sacrifício único e superior e um único ofertante já foram mencionadas anteriormente. Mas o escritor procura usar um recurso pedagógico muito útil:a repetição. Ele faz isso para desarraigar da mente dos judeus leitores de sua epístola, aos quais ela se destinava primariamente. Era e é através da repetição que memorizamos conceitos de qualquer natureza. Note, porém, que aqueles conceitos que ele enuncia mais de uma vez, à medida que vão sendo citados, vão sendo também ampliados.
A dádiva da Nova Aliança
Temos aqui uma síntese em três pontos do sacrifício de Cristo, em contraste com os sacrifícios da Velha Aliança.
1) Uma única oferta – Ao contrário das repetidas ofertas do sacerdócio levítico, Cristo efetuou uma eterna redenção;
2) Um único ofertante – Não, não precisa ser substituído!
3) Uma única vez – Não, não precisa ser repetido!
Não podemos entender a dimensão do problema dos sacrifícios sem olhar para a própria Bíblia. A rotina havia desvirtuado a intenção a ponto de Deus se referir da seguinte maneira: “De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes (Isaías 1:11)”. Era necessário que algo fosse feito de uma vez por todas.
A dádiva da Nova Aliança se refere ao fato de que Cristo não repete o sacrifício, nem repete a si mesmo, nem à sua oferta. Uma vez aceita na presença de Deus jamais, absolutamente jamais, será necessário um sacrifício de qualquer natureza.
Outro problema relembrado aqui é a ineficiência do sacrifício levítico para perdoar pecados. O sangue de touros e bodes, segundo o escritor aos Hebreus, servia apenas a cobrir os pecados, escondendo-os da presença de Deus, sem contudo quitar a dívida. Era como pagar um boleto com o cartão de crédito, momentaneamente um problema é resolvido, mas se cria outro.
Por último, o escritor ressalta que a base da aceitação do sacrifício de Cristo foi a obediência. Ele foi obediente até a morte (Filipenses 2:8).
Os privilégios da Nova Aliança
Regeneração. É o novo nascimento. Um novo ser gerado pelo Espírito Santo. Nova criatura (II Coríntios 5:17). Significa que não é apenas mudança exterior, apegada a rituais e tradições, mas no coração. Fizemos uma provocação dia desses em nosso Facebook, conclamando nossos amigos a cuidar do frasco (usos e costumes) sem esquecer o perfume (doutrina). Infelizmente, por via avessas, há quem atribua importância salvífica a algo menos que a cruz!
Adoração. Já vimos aqui em outras lições que adoração se dava de longe, sem o acesso livre ao recinto do tabernáculo. Mulheres, gentios e outras categorias mal chegavam às cercanias do local de adoração. Com a Nova Aliança todas essas barreiras foram rompidas e podemos adorá-lo em espírito e em verdade (João 4:24).
Comunhão. A comunhão se dá em três dimensões. Consigo mesmo, com Deus e com os irmãos. A igreja, desde seu nascedouro, é essencialmente comunitária. A razão principal é que somos um corpo, cujos membros contribuem para o crescimento uns dos outros e assim todos são aperfeiçoados (I Coríntios 12:14-20). Por mais que tenhamos atritos e problemas é melhor estar no corpo do que fora dele. O coração não pode dizer este corpo não colabora, vou sair dele. Se o fizer corre o risco de morrer sozinho!
As responsabilidades da Nova Aliança
Vigilância. Não podemos deixar para Deus o que podemos fazer. Crentes há que pecam e até culpam a Deus porque Ele não evitou que caíssem. Em sua oração sacerdotal Jesus orou: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal (João 17:15).”
Confiança. A fé é o alimento do crente. É a ferramenta com a qual ele agrada a Deus (Hebreus 11:6). Precisamos confiar no Senhor não apenas quando tudo dá certo, mas também quando dá errado. Fiquei perplexo ao reler: “com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente (Hebreus 10:34)”. Como se permite algo assim senão por confiar no Deus da provisão?
Perseverança. É um assunto chave para a nossa salvação. Deus já fez a sua parte ao enviar seu Filho. Eventualmente, já aceitamos a Cristo. Agora nos resta perseverar. Mas perseverar até o fim. O versículo 38 do capítulo que estamos estudando é claro: “Mas o meu justo viverá da fé; e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele (Hebreus 10:38)”.
Conclusão
Como afirma o comentarista, o escritor esgotou seu ensinamento sobre o assunto do sacerdócio de Cristo. Evidentemente nem dez epístolas aos Hebreus poderiam nos explicar detalhadamente os meandros do sacerdócio de Cristo. É o que temos. É o que basta para que compreendamos quão elevada e a misericórdia de Deus.
Assista ao vídeo deste subsídio!
Excelente !