A imagem abaixo é a réplica de um comentário postado num post das redes sociais de um pastor amigo (retomo a seguir):
Ressalvo que ele não poderia controlar tais comentários, no máximo, moderar e/ou apagar, se ofensivos fossem. Ocorre que não é, há apenas franqueza. Não sei se é porque temos adotado uma linha crítica desde que iniciamos o blog em 2006, mas os relatos se multiplicam em meu e-mail ou blog. Não os publico por uma questão ética. As redes sociais tem o poder de liberar as pessoas, elas falam o que não diriam pessoalmente. Ou não tem oportunidade para tal. Tenho mais de 50 comentários represados, com dados e informações incríveis e tantos outros de desabafo.
A questão é: há ovelhas famintas e mal cuidadas! Consegui apurar o faro, depois de tantos anos, para distinguir as críticas reais e aquelas decorrentes de ressentimento. Por qualquer critério a margem de manobra do pastorado está no limite prudencial. As razões são as mais diversas.
Alguns padrões sobressaem:
- Os projetos de poder se sobrepõem ao cuidado efetivo. Não se trata de melindre, mas assistência pastoral conforme preconizam as Escrituras. Pastores pavoneiam-se, preferem à bajulação à crítica construtiva, o cuidado precariza-se;
- A notória verticalização da administração eclesiástica, voltada, por vezes, para atender aos “de fora” ou afetar poder dentro dos círculos oligárquicos. Enquanto o “roçado” próprio precisa de cuidado e atenção, muitos líderes se encastelam;
- A perda da interação entre os membros da congregação. Fatores como a excessiva departamentalização, a sobreposição de responsabilidades, o excesso de eventos (que transtorna os cultos comuns e traz euforia passageira) e a grandiloquência dos templos, entre milhares outros, acabam afastando as ovelhas entre si;
- Falta de qualificação pastoral. Sermões fracos ou inexistentes. Ausência de conhecimento bíblico. Uns por falta de tempo, a maioria por indolência. Líderes que não leem, nada escrevem, nada produzem para melhorar a massa crítica de seus ouvintes e leitores. Boa parte ausente em cultos como a EBD, um aprendizado básico, mas sequenciado. É a mais pura verdade o que colocou o irmão da crítica acima: Muitos pastores não saberiam enunciar cinco ou seis doutrinas básicas!
- Falta de caráter. Uma das piores crises da liderança evangélica é a ausência desta característica moral superior. Está cada vez mais difícil encontrar pastores com reputação ilibada. Em determinados círculos ser fiel à liderança é melhor que fidelidade a Deus;
- Cultos que priorizam moveres e amenidades. Tempo exagerado para hinos, prioridade para o canto individual, ao invés do congregacional. Tempo exíguo para a Palavra de Deus. Quando não é isso, temos confusão entre doutrina e usos e costumes. Conheço pastores dos quais se diz: “Aqui temos tempo para a Palavra”, quando, na verdade, o ensino se resume a harmonizar versículos com os usos e costumes da denominação;
- Líderes “desantenados”. Acredite, há pastores que não tem um perfil no Facebook ou outras redes sociais. E não é porque não possuem um computador… Outros há que postam apenas platitudes e fotos pessoais, perdendo a oportunidade de alcançar seus leitores. A razão do sucesso e penetração das redes sociais é que se parecem com nosso dia-a-dia. Desde que não exageremos, é uma ótima ferramenta de evangelização e aconselhamento. Detalhe: É lá onde estão as pessoas! O bom pastor vai procurar a ovelha onde?
Poderia me alongar, mas o tempo não permite. Sobram muitas coisas a serem ditas…