Nosso blog é diversificado. Trata de temas os mais diversos possíveis. É nossa proposta. Nossos leitores sabem disso. Retomamos aqui uma breve discussão sobre Timóteo, o discípulo de Paulo. É que ele era um jovem obreiro e em dado instante Paulo recomenda à igreja em carta enviada por suas mãos: “Ninguém despreze a tua mocidade!” (I Timóteo 4:12).O que dizer da ressalva de alguns pastores e líderes assembleianos à consagração de obreiros devido à sua idade e estado civil?
Ora, ora, vamos por partes. Aqui no Estado de Pernambuco as duas maiores convenções assembleianas são presididas por pastores que foram escolhidos em tenra idade. O Pr. Roberto José, presidente da COMADALPE foi consagrado pastor em 1994. Nascido em 1965, teria apenas 29 anos à época. Já o Pr. Ailton José, presidente da CONADEPE, alçou o posto com apenas 31 anos, em 1984, tendo nascido em 1953. Claro que eles não assumiram a presidência com esta idade, mas é inegável que foram consagrados ao pastorado bem jovens. O próprio Pr. José Wellington, presidente da CGADB, foi ordenado ao pastorado aos 28 anos de idade. Nasceu em 1934 e foi consagrado em 1962.
Recuando um pouco mais, vamos encontrar o missionário Joel Carlson, sueco, vindo ao Brasil em 1918. Foi ele quem impulsionou os esparsos trabalhos da capital pernambucana, iniciados por Adriano Nobre. Quantos anos Carlson tinha em 1918? Tendo nascido em 1889, tinha apenas 29 anos! Samuel Nystrom chegou aqui com 25 anos. O pastor Cícero Canuto, pioneiro da Paraíba e logo depois de São Paulo, foi consagrado por Daniel Berg aos 30!
Mas ainda falta outro ingrediente: o estado civil. Vamos encontrar Daniel Berg, aos 26 anos e solteiro, e Gunnar Vingren, aos 23, e igualmente solteiro, os fundadores da denominação! Os conterrâneos de Vingren até torciam o nariz para sua tendência em consagrar mulheres, ou queriam tomar-lhe as rédeas do poder, mas não viam problemas na idade. Ou não?
Agora, cem anos depois, um jovem solteiro ou um jovem obreiro não pode ser consagrado ao presbitério ou ao pastorado? Ah! Tem o princípio da necessidade. O mesmo alegado para termos mulheres missionárias e não podermos consagrá-las nem ao diaconato. Quando não há esta alegação, outra floresce. A falta de experiência. É mais lógica, mas não se sustenta à luz das idades acima. Podemos até argumentar a necessidade de consagrar um Cícero Canuto, mas a lista enumera outros mais recentes. Sem contar que ultimamente os obreiros mais velhos tem pouca coisa a ensinar aos mais jovens. Não digo isso com desdém, mas, sem generalizar, é a realidade. Outra opção é fazer a escadinha de consagrações render ou alegar o sustento financeiro. A verdade é que para muitos obreiros mais velhos, os que estão no aguardo podem esperar, os primeiros já ultrapassaram um umbral, quem ficou pra trás que espere… Aí já não estamos mais no Espírito.
A não ser que você seja um filho ou parente. Aí as regras mudam!
Como disse em outra postagem: Conheço igrejas que discriminam outras porque consagram obreiros mais jovens. Já ouvi comentários do tipo: Um auxiliar aqui, equivale a um presbítero ali. Não nego que hajam consagrações em quantidade desproporcional em alguns lugares. Também me insurjo contra o problema. Mas a Obra do Senhor é vasta e precisa de quem a faça. É inegável a necessidade de critério para as consagrações, mas mal muito maior é a concentração no perímetro urbano, por exemplo!
Inclusive, não lembro de ter lido em algum lugar que Berg e Vingren tenham sido consagrados ao pastorado. Por favor, me informe se souberem. Nem que tenham subido a escadinha: diácono, presbítero, evangelista e pastor, imposta a muitos sem pedigree. Por vezes, o exagero no critério é apenas pedantismo ministerial. A arte de massacrar só pra exibir como virtude.
Que ninguém despreze os jovens!