Leio o MP, Mensageiro da Paz, informativo mensal assembleiano, edição 1526. Há algumas coisas que gostaria compartilhar com meus dez leitores. Não sei por onde começo… vamos lá. Primeiro, o PNDH3. Virava o ano de 2009 quando Paulo Vanucci lançou a terceira versão do esboço moral do petismo para todos os brasileiros. Li algumas críticas no Blog do Reinaldo e fiz, imediatamente, a contextualização. Os cardeais católicos estrilaram, nada dos assembleianos. O Governo recuou e, a seu estilo, foi implantando, paulatinamente, cada item daquele documento absurdo. Dois anos e meio depois, o MP dedicou uma de suas páginas a criticar o documento e mostrar como se deu tal implantação sem alarde, como compete aos bons companheiros. Dois anos e meio depois!
O tal Projeto de Lei 122/2006 foi proposto em 23/11/2006. É uma obra cara do petismo, chegou ao Senado pelas mãos de Iara Bernardi (PT/SP), sobrevive no texto de Fátima Cleide (PT-RO), antigas conhecidas dos movimentos sociais. Já foi debatido à exaustão aqui no blog. Até com gays. Levantou críticas de todos os expoentes, não dos assembleianos. Neste MP 1.526, cinco anos e seis meses depois, está a a manchete: CGADB opõe-se a ataque à família tradicional, informando que a Convenção publicará documento nos principais jornais contra as leis que atacam valores bíblicos. Agora? Cinco anos depois. Sem contar que a promessa nasceu na balbúrdia da AGE em Maceió. Daí a tornar-se realidade terão se passado quantos anos mais? O STF reconheceu a união homoafetiva em 04 de maio de 2011. Há mais de um ano a CGADB está devendo uma nota sobre o assunto!
Mas não terminei ainda. Lá pela página 11, vem a defesa das alterações na Confissão de Fé, por parte do Pr. Ezequias Soares. Tenho uma dívida de gratidão com ele, pois em 1990 foi quem me enviou as primeiras apostilas de hebraico, nas quais aprendi os rudimentos da língua. Mas não vou bater no mensageiro. Aliás, ele faz uma defesa razoável das alterações propostas. O problema é de outra natureza. Recorro ao filósofo Montesquieu: Quando vou a um país, não examino se há boas leis, mas se as que lá existem são executadas, pois boas leis há por toda a parte. O problema do credo assembleiano e sua expressão no Cremos do MP é que ele é solenemente ignorado em muitas igrejas filiadas à Convenção Geral. Não basta promover as alterações, é preciso colocá-las em prática. Por exemplo, no MP 1.525, portanto do mês anterior, está registrado que o Pr. José Wellington Bezerra Júnior representou a presidência no GMHU, um evento eivado de desvios doutrinários. Em outras palavras, a CGADB assinou o cheque das falácias.
Assisti Norman Geisler em fevereiro, na VINACC. Entre as coisas que ele disse, memorizei o seguinte: Para conhecer as doutrinas falsas, nós temos que nos fundamentar nas verdadeiras. Ele visitou o Tesouro americano e perguntou a um dos diretores ali: O que vocês fazem para combater as fraudes contra o dólar? Ele respondeu: nos especializamos na moeda verdadeira! O que falta é disseminar de maneira correta, barata e abundante as bases da Palavra de Deus. Por vezes, nos especializamos tanto em Espiritismo, Testemunhas de Jeová, Adventismo, Mormonismo, etc, e esquecemos de conhecer o Deus verdadeiro.
Outra vertente já explorada no blog é que as alterações precisam ser discutidas antes de uma AGE/AGO. Sem esse debate preliminar, perde-se tempo fazendo digressões estéreis. Sem contar a necessidade de mudanças verdadeiras que expressem a realidade descrita nas palavras do Pr. Ezequias. Ele não disse exatamente quais alterações seriam necessárias. O MP poderia iniciar o debate. Mas é um veículo reflexivo, típico de uma era na qual se vêem as mudanças a partir da estação e quando o trem já partiu.
Pra não cansar vocês, na página 14, há uma reportagem cuja manchete é: Não somos massa de manobra. A tentativa é diferenciar o público evangélico de outros frente à voracidade do mercado. Há algumas falácias (que os crentes não compram pirataria) e outras assertivas infantis. Dizer, por exemplo, que editoras e gravadoras evangélicas não consideram os evangélicos como um grupo potencial a ser explorado para o lucro é conversa mole. Não há nada mais emblemático do que as chamadas Bíblias de Estudo ou para determinados segmentos. Na edição passada se destacou a Bíblia do Círculo de Oração da própria CPAD. Ou seja, as editoras estendem seus tentáculos, aliam-se com empresas seculares quando necessário, para profissionalizar a produção, por exemplo, e exaurem todas as possibilidades. Quando não há determinado público, eles criam. Nada mais “marketológico”! E nem vou falar do pragmatismo com relação a nomes de autores e cantores que representariam o nicho, se não for do cast… E se nós formos analisar como temos sido massa de manobra política partidária, aí é que vai doer. Deixa pra lá. Em suma, as entrelinhas querem dizer o seguinte: deixem os assembleianos somente para a CPAD. Cada um puxa a sardinha pro seu prato… Mas não dá mais pra ter tal reserva de mercado.
O bonde está lento, muito lento.