A má teologia pode estar a serviço da Igreja?
Discute-se muito nas redes sociais os desvios teológicos de pastores, cantores e pessoas em geral. Sem dúvida, a quantidade de distorções beira o ridículo. Vassoura ungida, pés ungidos, cheirar Bíblia, ringues em cultos e todo tipo de conversa para pescar incautos. Não raro, crentes, mesmo em igrejas ortodoxas, possuem um entendimento pra lá de distante da Palavra de Deus. Conceitos historicamente estabelecidos ainda encontram ignorância e desconhecimento. Mas é coisa crassa, grosseira mesmo. E se partirmos para a ética cristã aí é que o personalismo encontra campo vasto.
Mas, me pergunto: será que esta má teologia não é uma excelente oportunidade para a Igreja? Por que não aproveitar tais desvios para vacinar a congregação? A mera constatação e a crítica superficial não trarão ortodoxia para a Igreja! Relembro aqui a narrativa de Norman Geisler. Em visita ao FED, banco central americano, indagou a um funcionário no que se especializavam para coibir as fraudes. Ele respondeu: Na cédula verdadeira! Nada de pirotecnia ou malabarismo.
Aproveitando a deixa, quando vimos um estudo sério em nossas igrejas sobre a Teologia da Prosperidade segundo a Bíblia? Ou a prosperidade não está no livro santo? É típico dos ensinadores desviados pregar errado sobre isso, onde estão os pregadores corretos!? Somente se lamuriando? Aí, não funciona.
Nós nos beneficiamos do processo histórico criado pela Igreja Católica. Eles ensinavam a sua salada teológica para o povo brasileiro e quando a Igreja evangélica aportou por aqui podia contar com, no mínimo, a baixa resistência à Bíblia Sagrada. Podiam não abrir, portar, estudar, mas não a ignoravam! Conheço inúmeros crentes que movidos pela curiosidade despertada pela pregação evangélica, passaram a ler a Bíblia e tomaram sua decisão.
Não é apenas crise teológica o que estamos atravessando. Pode ser uma excelente oportunidade de separar o joio do trigo. O problema é: quem se habilita? Se forem os meros repetidores do conhecimento alheio, profundos como um pires, não vamos chegar muito longe. Acredite, se pega um livro apologético e não se lê nem as referências bíblicas para conferência. Os falsos ensinadores agradecem…
A paz do Senhor meu pastor!!! A resposta à pergunta título do texto é não, até por quê muito provavelmente não há teologia no sentido prático da palavra em muitos cultos, nos quais abre-se mão da genuína palavra de Deus, concedendo espaços para movimentos que chocam-se frontalmente com o ensino bíblico. Urge repensar toda a estrutura de preparo de muitos obreiros, pois a má teologia tem tomado conta de muitos púlpitos atualmente.
A verdade é que estamos programados a barganhas. Enquanto os cultos afro-descendentes negociam com os orixás, nós negociamos com Deus. A palavra seria um bom antídoto para esse vírus letal, o problema é que não encontramos primazia para a palavra, afinal, adoração virou um estilo musical e dentro desse estilo, surge o estilo pentecostal. Isto é, uma porção de hinos ligeirinhos perguntando o número do sapato de “Deus”, ou recontando histórias bíblicas. Por exemplo: nesses “hinos” o Apóstolo Paulo é mais crente do que Silas, e noutros, na narrativa de Lázaro se pergunta se o ex-defunto saiu para fora voando ou rastejando. A má teologia, ou seja, o “Evangelho Miojo” estar aí para coçar os ouvidos de seus clientes. Há teologia para os “Elitizados” e para os “Marxistas Gospel”… So help me God!
Será que alguns estão se apoiando nas palavras de Paulo para anunciar Jesus de todo jeito? De fato é importante que Jesus seja anunciado, pontuo a necessidade da base bíblica. A fundamentação Teológica é primordial!!!