Muitos professores, e até pastores, sofreram mais que outros nesta pandemia pois os dados de sua classe estavam desatualizados. Infelizmente, muitos de nós não anota sequer o nome completo do aluno. Na sociedade da informação em que vivemos ser relaxado neste particular é fatal.
Nossa intenção não é que cada EBD tenha um PC ou notebook de última geração. Sabemos que os recursos são escassos na maioria das igrejas. Como profissional de TI aprendi que o computador é uma ferramenta, como um lápis ou um caderno. Mesmo estes últimos, se bem utilizados, podem suprir muitas necessidades de informação. O diferencial da tecnologia é sua velocidade, capacidade de armazenamento e centralização das informações. Entretanto, de nada adianta ter um bom computador se os dados são de má qualidade. Já falo sobre isso.
Aqui vão algumas dicas:
- Mesmo com alguma dificuldade, dada a pandemia, ainda é possível levantar nome completo, endereço, data de nascimento e telefone dos alunos, até mesmo e-mail. No caso dos telefones é importante que estejam sempre atualizados. Muitas pessoas trocam de número, como trocam de roupa e fica complicado acessá-los quando necessário;
- Se você não tem computador, mas tem celular, anote na agenda de contatos dele e, ao lado de cada nome, insira algo como (Aluno) ou – Aluno, assim fica mais fácil quando você quiser procurar. Se não tiver computador, nem telefone, anote num caderno;
- Se você domina um pouco a tecnologia, é possível criar um grupo no WhatsApp ou outro aplicativo de mensagens instantâneas, específico da sua classe, e nele colocar os alunos através de seus telefones. Nos grandes centros todo mundo tem uma ferramenta do tipo, de maneira que não será difícil fazer;
- Nos grupos coloque informações importantes, estimulando a interação saudável entre os alunos. Parabenize os aniversariantes e estimule os demais a fazê-lo também. Especialmente nesses tempos de pandemias, não podemos perder esses vínculos. Que tal relembrar, diariamente, o versículo da Leitura Diária?
- Evite polêmicas e temas críticos como política. Evite também comentários jocosos e desnecessários, além, evidentemente, de fofocas. Frise para os alunos que o objetivo é estudar a lição. Desestimule a que antecipem assuntos de lições posteriores e outros fora do foco da lição da semana;
- Evite sobrecarregar o grupo com muitas mensagens ao longo do dia. Do contrário, quando tiver algo realmente importante irão ignorar;
- Uma atividade importante é orar pelos alunos. Que tal escolher um, dia após dia, e anunciar no grupo que aquela pessoa é o alvo das orações de todos? Aproveite também para orar pela EBD, pela direção, demais professores e classes e inclua os familiares dos mesmos.
Qualidade da informação
Como profissional da área já vi muita coisa. Mas um tema recorrente é a qualidade da informação, não basta tê-la, temos que nos preocupar em que seja procedente e atualizada. Endereços e telefones desatualizados não servem pra nada. Ou seja, temos os dados, mas não se transformam em informação útil pois sua qualidade está comprometida. O professor deve estar preocupado em atualizar constantemente suas anotações sobre os alunos, lembrando-os de acioná-lo quando houver alterações.
Uso dos dados como ferramenta
Outro problema com os dados é que eles são uma ferramenta de trabalho. Um martelo só é útil quando você o manuseia. Ter telefones e endereços de alunos sem fazer uso prático de nada adianta. Um dado só se torna relevante, transformando-se em informação propriamente, quando bem utilizado. Recentemente, fizemos uma pesquisa sobre as igrejas na quarentena e 35% dos entrevistados disseram não ter recebido qualquer contato de seus pastores em 70 a 80 dias de confinamento. Isso é impressionantemente absurdo porque podemos acessar, com os recursos que dispomos, quase qualquer pessoa de nossa rede de relacionamentos. Com a EBD a realidade não é muito diferente.
Qualquer aluno gosta de ser considerado pelos professores. Grande parte do problema das ausências em sala de aula se refere ao alheamento docente. É imperativo que o professor se importe quando seu aluno não vem, de forma injustificada, por dois ou três domingos seguidos. Demonstre atenção. Ligue para ele! Se não atender, envie uma mensagem de texto ou voz, insista para que o elo não se rompa. Se possível, visite-o a sós ou com outros alunos.
Uma ressalva importante é não parecer invasivo. Os seres humanos, às vezes, precisam de espaço, um tempo para refletir. É preciso respeitar isso. Cuidado com pessoas que se encontram em quadros emocionais complexos e/ou sensíveis como divórcio, ciúmes, gravidez, depressão, etc. E, sobretudo, não desista dos seus alunos!
Por fim, não se acomode porque a Secretaria da EBD tem alguns dos dados mencionados acima. O valor da informação (você pode ter percebido que eu misturei dado com informação intencionalmente ao longo do texto) está no acesso descentralizado a quem interessar, quando isto for necessário. Evidentemente, outros dados são importantes para secretárias e professores, tais como: ausência, presença, bíblias, lições, ofertas, etc. Mas ao professor saber e utilizar os dados dos seus alunos para interagir com eles é fundamental.