A igreja é um sistema?
A igreja é um sistema? Por que há pessoas que sofrem calafrios ao se fazer esta comparação? Vem comigo!
Um sistema é a combinação de elementos, procedimentos e recursos visando um objetivo. Há sistemas que se interligam com outros, como os que temos em nosso corpo, todos visando o bem em comum. Existem os sistemas cibernéticos, que automatizam tarefas e auxiliam na administração de uma organização. A própria internet é um grande sistema mundial composto de elementos físicos e virtuais, disponibilizando e se retroalimentando de informações.
Logo, toda igreja local, enquanto congregação, também é um… sistema! E entre seus orgãos e departamentos há vários subsistemas. Não há problema nisso a priori. O problema é que internalizamos que sistemas são, a priori, corruptos, negativos e fonte de problemas. Nada mais fora da realidade. De fato, há sistemas maquiavélicos nas estruturas eclesiásticas, como os há na política, nos negócios e em todas as atividades da vida. Há até uma música mundana, cujo refrão é: “Esse sistema é um vampiro…”, obviamente com uma conotação negativa. Outros se referem a determinados aspectos da vida como: “O sistema é bruto!” ou “Sistema opressor!” e por aí vai.
Frequentemente se ouve de pastores que repelem instantaneamente serem suas igrejas ou ministérios um sistema. Para eles isso seria como taxar automaticamente sua entidade como desviada do Evangelho, má, sugadora do trabalho e dinheiro alheios. Isso nem sempre condiz com a realidade. É bom lembrar que podemos funcionar como um sistema maligno, mesmo sem admitir que somos um… sistema!
Sistemas organizacionais não são autônomos, precisam de pessoas que ponham em prática as escolhas. Se estas forem boas, tudo caminhará positivamente, mas o contrário pode também acontecer. A liderança pode optar:
- Pela autopreservação (não decide o que é comprometedor – o sistema não se desgasta, mas não assume desafios)
- Pelo vitimismo (todos estão contra mim – o sistema assume uma posição defensiva e hipócrita)
- Pela incompetência (falta qualidade para desempenhar as tarefas – o sistema é incompetente)
- Pela omissão (fecha os olhos para os problemas – o sistema adia a solução dos problemas)
- Pela animosidade (todos brigam entre si, ninguém é amigo de ninguém – o modo mais rápido de um sistema morrer)
- Pelo autoritarismo (não se conquista, se tenta impor as decisões – o sistema funciona no limite do esgotamento)
- Pelo diversionismo (acusar os erros alheios para omitir seu próprios erros – o sistema não se dá conta dos problemas verdadeiros)
- Pela leniência com o pecado (tolerância com o erro – o sistema se intoxica), ou por todas estas práticas juntas em maior ou menor proporção.
O que precisamos é ser um sistema para a glória de Deus. Repelindo práticas mundanas da política, da corrupção, da exploração, do crime e implementando boas práticas até mesmo do mundo secular. Afinal, a administração como a conhecemos nasceu na Igreja Católica. Tendo vontade política em nossas decisões podemos tanto tornar o sistema eclesiástico adoecedor ou abençoador. A escolha é nossa!
Por fim, sistemas adoecem. A principal razão para isso é a falta de interação com outros sistemas, quando param de prestar atenção aos orgãos internos, quando há má qualidade de informações, pessoas e processos. Não havendo tratamento e correção de rumos o resultado é a morte. Não importa se abominamos o termo sistema ou não. Há um meta sistema eterno em funcionamento que não poupa os incautos.
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