A Hillsong de Londres, seu musical de Natal e o perigo daqueles que desejam ser uma igreja sem rótulos
Assista primeiro ao vídeo, depois leia o excelente post do Pr. Renato Vargens:
Ultimamente tornou-se comum encontrarmos irmãos queridos defendendo a ideia de que a igreja precisa ser diferente e que em virtude disso ela não deve possuir rótulos. Nessa perspectiva, tem sido comum encontrar alguns pastores desconstruindo valores e conceitos que nos são caros e ao mesmo indispensáveis a saúde da igreja.
Os que defendem uma igreja deste naipe acreditam que qualquer tipo de “reverência litúrgica” precisa ser rejeitada, visto que do ponto de vista eclesiástico um culto “engessado” é caracterizado unicamente por música congregacional e pregação da palavra, o que segundo alguns é insuficiente para caracterizar um culto moderno. Nessa perspectiva, em nome da contextualização as igrejas em questão terceirizaram a liturgia incluindo nelas aspectos artísticos e culturais, cujo foco prioritário é satisfação do fiel e não a glória de Deus.
Um exemplo claro disso é o ministério Hillsong. Aliás, vale a pensa ressaltar que gosto de inúmeras canções entoadas pela igreja australiana, e que a qualidade musical de suas bandas glorificam a Deus, todavia, penso que a Hillsong bem como as suas “imitadoras” no Brasil, se perderam na contextualização.
Veja por exemplo o ocorrido na Hillsong de Londres onde um musical de Natal foi apresentado através de dançarinos, música e pasmem erotização. Ao ver o vídeo, a impressão que tive era que estava assistindo um show na Broadway e não uma apresentação musical numa igreja onde Cristo deveria ser glorificado.
No Brasil , em nome de uma espiritualidade barata e superficial também tornou-se comum colocar na massa do bolo diferentes tipos de ingredientes a fim de que a igreja fique mais atrativa e palatável. Nessa perspectiva, canta-se muito, dança-se muito, como também se relativiza o púlpito pregando um evangelho antropocêntrico e ensimesmado. Ora, eu creio na importância da contextualização, bem como na relevância de divulgarmos o evangelho de forma inteligível, contudo, penso que transformar a igreja num tipo de “show bussiness” ou num grande teatro onde a fé é encenada, significa empobrecer a proclamação do evangelho, o qual deveria ser anunciado mediante a exposição das Escrituras. Ressalto também que creio na relevância e importância dos atos litúrgicos, e que um culto centrado em Cristo tem em si as marcas do bom senso, onde música, leitura da Bíblia, orações, e intercessões se fazem presentes visando exclusivamente a glória de Deus.
Isto posto concluo afirmando que a linha existente entre contextualizar e miscigenar a fé é extremamente tênue e que muitos no desejo de atrair os incrédulos, tem trilhado caminhos perigosos e que no fim poderão produzir estragos dos mais terríveis possíveis.
Pense nisso!
Renato Vargens
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