Cinco posturas que depõem contra o Movimento Pentecostal

Prezados leitores, vocês sabem como o termo Movimento Pentecostal ou Teologia Pentecostal tem estado em toda parte, especialmente, entre os assembleianos. Pululam livros e artigos sobre o assunto. Há até um certo exagero entre os debatedores, sobre o qual nos debruçaremos em outra oportunidade.

Nossa intenção se volta agora para algumas posturas contraditórias, que maculam o chamado Movimento Pentecostal e trazem confusão para os que estão dentro e fora dos arraiais assembleianos. Estarei à disposição para o contraditório.

Alienação Bíblica

Tudo que se poderia cobrar dos salvos em geral, visto que nascidos de novo e andando à semelhança de Cristo ganha ênfase quando falamos dos pentecostais. Desde sempre o movimento arrogou para si uma áurea mais elevada que os demais. Com isso a “régua” subiu vários degraus. Crendo que o Espírito nos ensinará todas as coisas e está ao lado do que lê e estuda a Palavra é natural esperar que entre nós houvesse um profundo conhecimento bíblico.

Infelizmente, é justo o contrário. Pouquíssima produção intelectual dos líderes. Ojeriza absoluta à organização, ao método e ao mérito. Tomemos a pregação, há pouco tempo para ela. Na maioria das vezes nos limitamos aos louvores e reservamos 15 ou 20 minutos para o pregador. Temos verdadeiro horror ao sermão, enquanto batemos palmas efusivas para a improvisação. Empostamos a voz dizendo que isso é o Espírito em ação.

Temos imensa dificuldade com a conceituação mais básica da teologia. Boa parte de nós dá de ombros para os cultos de aprendizado, enquanto cultos de movimento possui frequentadores assíduos. Até a EBD, na qual éramos muito fortes, tem caído em audiência. Não é raro encontrar um pentecostal que prefere o aprendizado a conta gotas das redes sociais à leitura de um livro massudo.

Incentivo à meninice

Eu fui criado nos círculos de oração da vida. Minha mãe os dirigiu por muitos anos. Minha adolescência e juventude encarou grandes fases de meninice na Igreja. Naquele tempo se diz que com o estudo isso tendia a ficar para traz.

Infelizmente, o que temos é um exagero total. Em muitas congregações assembleianas formalidade. Noutras um culto com espaço cativo para os meninos. Acredite: nada mudou com a massificação teológica! Meninices são incentivadas em lives, tomam os congressos e encontram eco em ceias, o culto por excelência da Igreja!

O Mensageiro da Paz até vocifera contra tais práticas, mas no dia-a-dia há um claro incentivo por parte das lideranças. Se traz retorno, financeiro, inclusive, que mal tem?

Banalização dos dons

Um entrega uma profecia numa live como quem diz bom dia. Esse pessoal pensa que Elias e Eliseu viviam somente para profetizar. O outro dispara em línguas estranhas claramente da carne articulando pequenos sons ininteligíveis num áudio que será compartilhado pelo WhatsApp. Ainda outro ocupa o microfone pra contar uma visão que não está vendo.

A manifestação dos dons é uma realidade na Igreja, mas ela não ocorre pela vontade do homem. É Deus, em sua soberania, que atua entre nós. A profecia não vem porque, nem quando, eu quero! É um decreto soberano de Deus. Por isso mesmo, nem tudo é profecia, mas somente, e tão somente, quando Deus quer falar à sua Igreja. No mais, exponhamos a Palavra, sem nada lhe adicionar, na tentativa de usar o Senhor!

E não banalizemos os dons. Me surpreendi com um não evangélico em determinada Igreja que se dirigiu a um irmão e perguntou: “Hoje tem hemácia, irmão!?” Hemácia? Como assim? Ele via a banalização tão grande na postura daquele irmão que adotou em seu vocabulário.

Falta de uma vida piedosa

A mesma régua elevada de que falamos anteriormente agora se aplica à vida cristã como um todo. Como compramos, como vendemos, como agimos, tudo isso espelha a morada do Espírito Santo em nós. Por que há tantos de nós com sérios problemas nessa área? Lideranças, inclusive!?

Se o Espírito Santo habita em nós e se devemos dar exemplo, quão maravilhoso e santo deve ser nosso proceder? Via de regra, crentes pentecostais compram e não pagam e são dados a intrigas. Alguns tem péssimo proceder na escola, na faculdade, no trabalho, na rua, nas redes sociais. Não há como entender essa contradição.

Falta de exercício dos dons

Os dons são bons? São uma dádiva preciosa para a Igreja? Por que os exercitamos tão pouco? Por que oramos tão pouco para recebê-los? Não me venha, por favor, falar do alarido que há em sua congregação. Se grita muito, muito pulo, muito suor, sem resíduo. Não é a esse tipo de manifestação que me refiro, mas às genuínas operações do Espírito Santo, que são marcadas por profundo quebrantamento e arrependimento, depois por intervenções sobrenaturais, que redundam em crescimento da Obra do Senhor!

Outrossim, os dons estão à nossa disposição. São nossos por natureza e promessa. Porém, precisamos nos apoderar deles em oração e nos colocar como instrumentos nas mãos do dono da Igreja.

Sobre o autor | Website

Meu nome é Daladier Lima dos Santos, nasci em 27/04/1970. Sou pastor assembleiano da AD Seara/PE. Profissionalmente, trabalho com Tecnologia da Informação, desde 1991. Sou casado com Eúde e tenho duas filhas, Ellen e Nicolly.

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